Inflação leva quase metade dos portugueses a procurar produtos de marca própria
A rápida subida da inflação e consequente incerteza financeira estão a preocupar os consumidores portugueses e a levar a mudanças nos hábitos de consumo, conclui o estudo “EY Future Consumer Index”. De facto, mais de metade dos inquiridos acredita que 2022 será um ano pior do que 2021.
De acordo com um inquérito realizado a 488 consumidores (52% do sexo feminino e 48% do sexo masculino) com mais de 18 anos, 47% mostra-se preocupado com a sua situação financeira, enquanto 49% admite que irá poupar mais.
Combustíveis e alimentos frescos são os bens em que os portugueses mais notam o aumento dos preços nos últimos meses. Contudo, é na roupa, calçado e acessórios que mais consumidores (36%) admitem cortar nas despesas como consequência da inflação, seguida dos combustíveis (30%) e beleza e cosméticos (26%).
O estudo demonstra também que as marcas próprias são alternativas cada vez mais atractivas, sendo a escolha de 6 em cada 10 inquiridos nos produtos para cuidar da casa e de cerca de metade nos alimentos frescos (54%) e nos produtos para cuidados pessoais (47%).
«Este aumento do custo de vida está a redireccionar a atenção dos consumidores para a sua situação financeira e a moldar os padrões de consumo mais moderados. O estudo mostra-nos que 58% dos inquiridos serão mais conscientes e cautelosos com as suas despesas no futuro, o que terá certamente um impacto importante em muitas classes de produtos», afirma Sérgio Ferreira, director executivo e Consumer Products and Retail leader da EY Portugal, que conduziu o inquérito EY Future Consumer Index no mercado português.
A par dos comportamentos e hábitos de consumo, também a forma de encarar o trabalho mudou com a pandemia. A versão portuguesa do EY Future Consumer Index mostra que, ainda que os consumidores continuem a procurar uma remuneração justa, a cultura das empresas, a aposta no desenvolvimento profissional e a flexibilidade em relação ao local do trabalho estão a ganhar importância no que respeita à escolha do emprego.
Metade dos inquiridos coloca a renumeração mais alta no topo das prioridades, 31% a cultura empresarial, 30% o desenvolvimento de carreira e 29% a flexibilidade. Já o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é o principal factor para 21% dos participantes no estudo.