Indústria criativa em Portugal: quais as tendências na comunicação digital das marcas?
Por Rui Guerra, Co-fundador e Director Criativo da Duall Studio
Uma marca é muito mais que uma marca. É aquilo que representa e, essencialmente, o modo como se apresenta. Desenvolver a imagem de uma marca é, por isso, um enorme desafio, que exige uma constante busca por soluções inovadoras e diferentes, com valor. Com um enorme impacto no modo como as marcas se posicionam, a entrada na Era Tecnológica veio impulsionar a digitalização de praticamente todos os negócios e sectores, o que obrigou as empresas a instalarem-se também no online. Nascem, assim, as agências do sector criativo digital, dedicadas a ajudar as empresas a tornar-se mais digitais, através de um design não só apelativo, mas que responda aos objectivos enquanto empresa e também às necessidades dos utilizadores.
Descrever o sector criativo digital em Portugal implica abordar as principais tendências que têm vindo a ser centrais para as organizações. Hoje, a chave para o sucesso online de qualquer marca passa, principalmente, por conseguir conjugar dois factores: a dimensão visual e a dimensão analítica. Actualmente, além da dimensão estética dos websites, as marcas devem apostar na optimização da sua presença online através de estratégias analíticas robustas. As métricas e análises de dados têm um papel crucial na tomada de decisões e na compreensão do comportamento do consumidor no ambiente digital e, por isso, é essencial que o sector criativo se consiga adaptar e oferecer as soluções necessárias.
A vanguarda tecnológica tem emergido como uma força dominante, redefinindo o universo criativo digital. Ferramentas como a inteligência artificial, o “Low-Code & No-Code” e as avançadas representações em 3D estão a transformar a forma como as marcas se estabelecem e interagem com o seu público. Enquanto antes a tecnologia servia como um simples suporte, hoje lidera áreas como a criação de conteúdo e o design visual. Paralelamente a isso, a crescente ênfase na sustentabilidade está a moldar o sector, com empresas à procura de reflectir os seus compromissos ecológicos não só nas suas operações, mas também nas suas plataformas digitais.
Representar uma marca nos dias de hoje implica, assim, um conjunto de estratégias no que respeita à responsabilidade ambiental, social e corporativa (ESG). Além do desenvolvimento de modelos de negócio mais sustentáveis, as empresas começam também a revelar uma maior consciência social colectiva, criando novos projectos e iniciativas que visam contribuir para um mundo mais justo. É exemplo disso a mais recente parceria entre a Betclic e a Shutterstock Studios, com a criação do Projeto SOMA – Surfing Through The Odds –, que procura dar visibilidade às jovens mulheres africanas que lutam pelo empoderamento feminino e contra as desigualdades, através do surf. A promoção de iniciativas com impacto social coloca-se, assim, no centro das prioridades das marcas, tendência que se reflecte no sector criativo digital, como é o caso do site do Projeto SOMA, desenvolvido pela Duall, agência criativa portuguesa.
Estar presente no sector criativo digital implica estar constantemente atento às novas tendências e paralelas necessidades das empresas. Só ao acompanhar as evoluções é que os players do sector irão conseguir oferecer uma solução completa e eficaz às empresas, fortalecendo a sua presença no digital.