Impresa com novo CEO e reestruturação nos quadros de topo

Pedro Norton passará a responder, a partir de Outubro deste ano, pelo papel de CEO do Grupo Impresa. A decisão foi anunciada por Francisco Pinto Balsemão, que ocupará o cargo de “chairman” da Impresa, mantendo a presidência do grupo.

Aos 44 anos, Pedro Norton fez já um percurso de 20 anos em cargos de direcção e gestão nas várias unidades do grupo. Actualmente, assume o cargo de vice-presidente da comissão executiva da Impresa.

Mas esta não será a única novidade. Pedro Norton anunciou que serão feitas reestruturações no funcionamento do grupo, com efeitos a partir de 1 de Outubro. Nesse sentido, foram definidos objectivos estratégicos para os próximos dois/três anos que, de acordo com o futuro CEO, passarão pela consolidação com vista ao crescimento, preservando a independência editorial do grupo. «Quer isto dizer, na prática, que queremos terminar o ciclo de fortalecimento financeiro do grupo; queremos, durante este prazo, reiniciar um ciclo de crescimento da rentabilidade; queremos manter um portefólio de marcas líderes que sirvam todas as audiências comercialmente relevantes; queremos que cada uma dessas marcas esteja presente em todas as plataformas; queremos aumentar a quota das nossas receitas não tradicionais; queremos aumentar a nossa quota de exportação de conteúdos relacionados com as nossas marcas; e queremos reforçar a nossa aposta na internacionalização», explicou Pedro Norton.

O plano será cumprido pela reorganização do alinhamento estratégico dos quadros de topo. Será criada uma linha de seis COO (Chief Operating Officers) na dependência directa do CEO do grupo que, em vez de terem responsabilidades sectoriais, assumirão responsabilidades por áreas verticais. De acordo com informações do Grupo Imprensa no relatório e contas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as áreas serão: Editorial; Comercial e Marketing; Administrativa e Financeira; Venda de Conteúdos e Desenvolvimento de Negócios; Recursos Humanos, Jurídicos e Sustentabilidade e Operações e Tecnologia. Assim, Luís Marques passará a ser COO Editorial. José Carlos Lourenço será o COO para as áreas Comercial e Marketing; Paulo Saldanha assumirá o cargo de CFO na área Administrativa e Financeira; José Freire será COO para a área de Venda de Conteúdos e Desenvolvimento de Negócios e Francisco Pedro Balsemão vestirá o papel de COO para a área de Recursos Humanos, Jurídico e Sustentabilidade. Em breve será anunciado um CTO (Chief Technology Officer) para a área de Operações e Tecnologia.

Sob a édgide desta equipa também os reportes de alguns dos actuais directores de 1ª linha do grupo serão alterados. No entanto, mantêm-se as suas respectivas estruturas operacionais, garante Pedro Norton.

Licenciado em Gestão pela Universidade Católica, Pedro Norton completou a sua formação em Television Management, pela Boston University School of Communication.

Depois de ter passado pela banca de investimento e pelo retalho na área musical, ingressou no Grupo Impresa em 1992, como assessor da administração da Controljornal. No ano seguinte assume o mesmo cargo, na SIC. Em 1995 tornou-se director financeiro da Abril Controljornal. Já entre 1996 e 1998 ocupou a subdirecção de programas da SIC, com o pelouro do controlo de custos. Em 1999 foi nomeado director de novos negócios da SIC, cargo que acumula com o de administrador da SIC Notícias e da SIC Filmes.

Em 2001 passou a assumir a função de CEO da Sojornal, empresa que edita o semanário Expresso. Em 2004 assumiu a direcção executiva de toda a área de jornais do grupo. Entre 2002 e 2005 passou pela docência, na Universidade Católica. Já em 2008 foi nomeado vice-presidente da comissão executiva da Impresa.

Pedro Norton é também, desde 2011, presidente da APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações.

Impresa com resultados líquidos de 2,2 ME

A Impresa regressou aos resultados líquidos positivos no segundo trimestre deste ano, com 2,2 milhões de euros. No mesmo período o grupo atingiu receitas consolidadas de 63,6 milhões de euros, uma descida homóloga de 7,5%, fruto da degradação da conjuntura económica que, como informa a empresa em comunicado, “penalizou as receitas publicitárias e as vendas de

publicações”. Ainda no segundo trimestre deste ano, a descida de 11% nos custos operacionais, excluindo perdas de imparidade, permitiu ao grupo aumentar o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) consolidado em 19,1%, para 9,4 milhões de euros.

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