Ikea sabe como é o futuro dos lares

A terceira edição do relatório anual “Life at Home” da Ikea mostra não só como as pessoas utilizam agora os objectos e espaços de suas casas mas também como serão os lares do futuro, tendo em conta as necessidades de cada família. Para chegar a estas conclusões, a marca sueca entrevistou cerca de 12 mil pessoas de Berlim, Londres, Moscovo, Mumbai, Nova Iorque, Paris, Xangai, Estocolmo, Sidney, Toronto, Zurique e Madrid.

Os dados conseguidos através da entrevista servem para criar novos produtos para as lojas Ikea, tendo em conta, por exemplo, as diferentes regiões em que a marca opera. Uma das conclusões do relatório é que os chineses usam os sofás maioritariamente como apoio para as costas, já que preferem sentar-se no chão. Nos restantes mercados, os sofás são utilizados principalmente para deitar.

O site Co.Design resumiu o relatório deste ano em sete pontos que resumem aquilo que poderá ser a casa do futuro:

1 – O lar não é um local geográfico. Apenas 20% dos inquiridos respondeu que o lar é um local físico, tendo 48% respondido que é o espaço onde estão as relações mais importantes para cada um deles. Para a Ikea, isto poderá significar o desenvolvimento de artigos que facilitem as relações pessoais e que tenham uma componente psicológica associada;

2 – São necessários produtos que controlem os elementos sensoriais. Factores como a luminosidade das divisões ou o volume do som são determinantes para o bem-estar dos moradores. Neste sentido, os cinco sentidos não devem ser descurados aquando da criação de produtos para a casa, priorizando sistemas que permitam controlar coisas como o cheiro e textura;

3 – “Destralhar” está na moda. O estudo da Ikea revela que 36% dos inquiridos com idades entre os 18 e os 29 anos enfrenta discussões semanais sobre a acumulação de objectos. Para as gerações mais jovens, “destralhar” é palavra de ordem, já que preferem lares minimalistas e com artigos que tenham algum tipo de valor emocional. Como resultado, a Ikea pretende focar-se mais no significado dos objectos do que apenas na sua funcionalidade;

4 – As experiências têm mais valor do que as coisas. Cerca de 40% das pessoas acredita que coisas que lhes permitam fazer algo que adoram são mais importantes. Os objectos devem ser facilitadores de experiências (podem ser brinquedos ou a bicicleta que a Ikea apresentou recentemente);

5 – A tecnologia está a reorganizar os espaços domésticos. Mais importante do que ter um espaço social em casa é ter Wi-Fi com boas condições, garante 32 dos inquiridos. A televisão já não é o ponto central de uma sala e ao redor da qual se imaginava toda a decoração e ambiente. Os dispositivo móveis e a possibilidade de andar pela casa sem perder o sinal da Internet veio mudar isto;

6 – Os bairros são uma extensão dos lares. Já que a noção de lar não está restrita a um só espaço físico, os moradores estão a levar as suas casas para rua, ocupando todo o bairro: 42% sente-se mais em casa fora dos limites da casa e 38% considera o seu bairro como parte do lar. Como resultado disto, a Ikea está a criar produtos como um cobertor que pode ser transformado em casaco assim que se atravessa a porta da rua;

7 – Ansiosos por privacidade. Apesar de sentirmos o espaço exterior também como nosso, não significa que não queiramos privacidade, especialmente quando vivem várias pessoas na mesma casa. É, por isso, necessário apostar em espaços para uma só pessoa e não somente em espaços sociais.

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