IA é o próximo grande desafio do jornalismo, diz diretor de informação da TVI e CNN

O diretor de informação da TVI e da CNN afirmou hoje que a inteligência artificial (IA) é o próximo desafio do jornalismo, uma das indústrias que mais se transformou “de forma radical nos últimos 30 anos”.

Nuno Santos falava no painel “O futuro do jornalismo”, no âmbito da conferência do 160.º aniversário do Diário de Notícias (DN), que hoje decorreu na Gulbenkian, em Lisboa.

“A entrada em força de ferramentas de inteligência artificial é o próximo grande desafio do jornalismo”, disse Nuno Santos, adiantando que a TVI e CNN já estão “também a trabalhar em diversas frentes” neste âmbito.

Aliás, “a utilização da inteligência artificial pode ser uma boa aliada do jornalismo”, acrescentou.

Os media “são, seguramente, uma das indústrias que se transformou de uma forma radical nos últimos 30 anos”, sublinhou, referindo que todas as mutações tecnológicas “impactaram muito” a atividade jornalística.

A diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, referiu que falar de agências de notícias “tem sempre ligada a tecnologia”, até porque é isso que possibilita que as notícias cheguem mais rapidamente possível ao seu cliente e deu o exemplo da utilização de ferramentas de IA usadas pela redação, como o sistema de transcrição e tradução.

“Acabámos de divulgar e estamos a trabalhar nisso, numa carta de princípios de utilização de inteligência artificial na Lusa com princípios básicos” tais como supervisão humana, a transparência, referiu Luísa Meireles.

A diretora de informação da Lusa salientou ainda que a todos os jornalistas da agência noticiosa vão ter “uma formação básica de ferramentas de inteligência artificial no jornalismo”, que não é para fazer necessariamente aquilo que está a ser feito pelas agências AP ou AFP, que fizeram contratos com sistemas de IA para cederem conteúdos.

Portugal vai ter o seu próprio modelo de IA, o denominado Amália.

Relativamente ao jornalismo e às redes sociais, Luísa Meireles defendeu que “é aplicar os princípios do jornalismo”, posição seguida por Nuno Santos, que referiu que a ideia de construção de uma notícia ou de uma reportagem “parte hoje como partia há 30 anos”.

Por sua vez, o diretor de informação da SIC e SIC Notícias, Bernardo Ferrão, considerou que houve uma transformação no jornalismo e que não sabe se as redes sociais são um perigo para o setor.

“As redes sociais permitem que haja contacto com as marcas” e podem trazer pessoas para o meio de comunicação social, referiu.

“Há uma desagregação dos públicos, estamos cada vez mais a falar para públicos diferentes, temos de ter várias linguagens para chegar a vários segmentos”, referiu Bernardo Ferrão.

No que respeita à IA, na Impresa, disse que já usam “‘softwares’ que facilitam a produtividade do jornalismo”, apontou o diretor de informação, recordando que a inteligência artificial já está “presente” no dia-a-dia de todos, dos telemóveis, aos motores de busca, entre outros.

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