Homens e mulheres serão iguais no trabalho daqui a 10 anos?

Em Portugal e Espanha, as mulheres representam apenas 24% dos executivos de topo, número que fica 4% acima da média global. Caso as políticas actuais de recrutamento, promoção e gestão de talento se mantenham, é previsível que, nos próximos 10 anos, a representação feminina na força de trabalho aumente apenas 1% de 44% em 2015 para 45% em 2025, tanto em Portugal como no país vizinho. Os dados são da segunda edição do estudo “When Women Thrive” da Mercer.

Já a nível europeu, a estagnação deverá ser rainha com a representação a manter-se nos 37%, mesmo passada uma década. Nélia Câmara, directora da Mercer Portugal, explica que «nos próximos 10 anos, as organizações ainda não terão atingido a equidade de género na maioria de regiões do mundo prevendo-se a mesma situação para Portugal». O melhor cenário prevê-se para a América Latina, a única região que deverá atingir a paridade em todos os níveis técnicos e superiores, dentro deste prazo.

Actualmente, a nível global, a representação das mulheres na força de trabalho é inferior a 50%, ainda que as mulheres tenham, hoje, 1,5 vezes mais possibilidades de serem contratadas para funções executivas do que os homens. O problema é que as mulheres estão também a abandonar as organizações no que respeita a funções de topo a uma velocidade de 1,3 vezes superior à dos homens, “pondo em causa os benefícios que se poderia alcançar ao ter mais mulheres a serem promovidas para lugares de topo”.

Nélia Câmara conta que se tem «constatado uma maior preocupação das empresas neste tema tendo resultado no recrutamento e promoção de mais mulheres em cargos de topo». No entanto, continua, «a retenção das mulheres nesses lugares não está a ser feita o que põe em causa a paridade no futuro e a anulação dos sucessos já alcançados».

Por seu turno, Diogo Alarcão, country leader da Mercer Portugal, deixa um recado: «As empresas/organizações podem escolher entre: a) manter o status quo e esperar que a paridade aconteça naturalmente; b) fazer parte do grupo que está/irá contribuir para que a igualdade de género seja efectivamente uma realidade aproveitando o talento disponível, sejam eles homens ou mulheres.»

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