Há mais representatividade na publicidade. Mas o investimento acompanha a tendência?

A publicidade pode ser uma forma de fazer chegar às massas noções de representatividade e igualdade. No entanto, embora cada vez mais marcas dêem às mulheres na publicidade papéis que oferecem uma representação mais próxima da realidade, dados demonstram que o investimento financeiro dedicado a acções publicitárias onde as representações de género continuam no espectro do que é considerado tradicional é maior.

As conclusões são do estudo desenvolvido pela analista CreativeX e a ONG Geena Davis Institute on Gender in Media, com base na análise de mais de 3400 anúncios no YouTube, Twitter e Amazon que totalizam um investimento de 836 milhões de dólares em publicidade somente em território norte-americano.

«A intenção dos profissionais de Marketing e as suas acções não estão a bater certo. Esta discrepância vai continuar a aumentar a não ser que criemos formas sistemáticas e objectivas de monitorizar os esforços e o progresso daquilo que o nosso conteúdo representa», refere Anastasia Leng, founder e CEO da CreativeX.

O estudo demonstra que, entre 2020 e 2021, mais de metade das personagens nos anúncios (58%) era do género feminino e que 40% correspondia a uma representação em ambientes profissionais. Contudo, estes anúncios receberam quase 50% menos de investimento do que a frequência com que apareceram (24%). Por outro lado, ainda que 41% das personagens num cenário semelhante fosse do género masculino, o investimento publicitário foi quase o dobro (49%).

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