Guião para o lançamento de uma estratégia de e-commerce

Muitas são as questões críticas que se colocam quando uma empresa decide planear a sua estratégia de e-Commerce. Para garantir que o projecto permaneça dentro do orçamento, é crucial analisar o trade~-off entre os recursos disponíveis, os objectivos e as funcionalidades que se requerem do website, nível de personalização e o cronograma de desenvolvimento, entre outras questões. Vejamos algumas das questões fundamentais que podem funcionar como um guião neste processo:

  1. Alinhamento Estratégico: é fundamental delinear claramente o objectivo pretendido do site para garantir que está alinhado com os objectivos estratégicos mais amplos da empresa. Esse alinhamento ajuda a criar uma abordagem coesa e focada. O site servirá principalmente como uma ferramenta promocional, uma plataforma de vendas ou um meio de atingir clientes novos? De que forma é isso coerente com o objectivo geral da empresa? Visa sobretudo trabalhar a fidelização de clientes existentes? De que forma? Podemos estar perante um interesse específico em aumentar o reconhecimento da marca ou promover o engagement, questões que se prendem com a questão seguinte.
  2. Engagement do público-alvo: devemos tentar entender se o site está a atender as necessidades e preferências do público-alvo. Qual é o interesse do meu mercado-alvo? Trata-se de clientes nunca antes servidos pela marca? Ou de clientes já existentes a quem queremos aprimorar a experiência? Devemos concentrar-nos na promoção da marca, impulsionar as vendas ou apenas fornecer conteúdo informativo que possa envolver os utilizadores de forma eficaz e melhorar sua experiência de pesquisa? Será que deve envolver a integração de vários canais, como redes sociais, para aprimorar a experiência dos clientes que se pretendem atingir? Queremos uma experiência de loja de site personalizada, adaptada às preferências individuais que possam promover a fidelidade a longo prazo? Para empresas focadas em reter e encantar clientes existentes, o planeamento do site deve incluir estratégias de customização, oportunidades de vendas cruzadas e uma experiência de pesquisa requintada.
  3. Requisitos de funcionalidade: Se o objectivo principal é servir como uma plataforma de vendas, devem ser asseguradas funcionalidades como informações de stock em tempo real, opções de configuração de produtos, pedidos seguros, e métodos de pagamento convenientes. Por outro lado, se o foco for fornecer conteúdo informativo, recursos como descrições detalhadas de produtos, descrições técnicas e outras mais emocionais, o uso de recursos visuais envolventes, etc. podem ter o protagonismo. Quais são os meus requisitos principais?
  4. Experiência do utilizador: definir os objectivos principais ajuda a projetar uma experiência centrada no utilizador. Ao entender a finalidade pretendida do site, pode-se criar uma jornada do utilizador desejada, garantindo-se assim que o site seja intuitivo, fácil de navegar e optimizado para atender às necessidades, sejam elas para comprar, obter informações ou interagir com a marca. Qual é a experiência do utilizador que eu desejo fornecer?
  5. Alocação de recursos: funções e recursos diferentes exigem níveis distintos de investimento em termos de tempo, orçamento e experiência. Se conseguirmos priorizar os objectivos-chave, podemos dar prioridade aos que contribuem directamente para o seu atingimento. Será que o meu orçamento está alinhado com meus objectivos?

Mas há questões técnicas adicionais que podem ser relevantes neste processo:

  1. Redireccionamento e Distribuição: O site redireccionará os utilizadores para outros canais, como lojas físicas ou plataformas online adicionais? Ou será uma plataforma de distribuição de produtos (eventualmente via impressão 3D) ou serviços?
  2. Articulação com Mobile Commerce: Dada a proliferação de dispositivos móveis, o site poderá ter de ser integrado com os recursos m-commerce. Queremos que os utilizadores acedam e interajam com o site por meio de seus dispositivos móveis preferidos?
  3. Envolvimento e Interactividade: Envolver os utilizadores é crucial para o planeamento do website. O site deve incorporar recursos interactivos para cativar, incentivar a participação e estabelecer um senso de conexão entre os utilizadores e a marca. De que forma o pretendemos fazer?
  4. Recolha e integração de dados: os sites podem servir como ferramentas valiosas de coleta de dados, auxiliando na geração de leads e facilitando o fluxo de informações para o sistema de informações de marketing. A colecta e integração de dados são cruciais para a estratégia do site? Como o garantir?
  5. Abordagem Multicanal e Omnicanal: Dependendo do modelo de negócio e objectivos, pode ser relevante considerar se o site deve suportar uma abordagem multicanal, envolvendo integração com várias plataformas, ou se é necessária uma estratégia omnicanal para garantir uma experiência de cliente contínua e coesa em todos os canais.
  6. Opções alternativas de hosting: O site deve ser self-hosted, garantindo maior controle e flexibilidade? Ou devemos usar um pacote hosting com algumas opções de personalização mais adequadas às nossas necessidades?
  7. Solução com interface ou integrada: aqui, a decisão entre uma abordagem com interface ou integrada depende do nível desejado de sincronização com o sistema de planeamento de recursos empresariais (ERP) da organização. Os dados serão sincronizados periodicamente? Ou a loja do site deve ser integrada directamente com o sistema ERP para actualizações de dados em tempo real?
  8. Qual solução implementar: aberta, fechada ou híbrida? É necessário avaliar a segurança e a flexibilidade necessárias para o site. Devemos optar por uma solução disponível aberta, que pode ser mais susceptível a ciber-ataques? Ou uma solução fechada, que depende muito da infraestrutura do fornecedor e exige uma consideração mais cuidada? Como alternativa, pode considerar-se uma solução híbrida que equilibre segurança e flexibilidade.

A fase de planeamento do e-Commerce exige uma consideração cuidadosa. Aligeirar algumas das questões acima pode dar origem a um investimento em que o barato sai caro, ou em que o caro não redunda na criação de valor para a empresa e pode mesmo afundar o negócio…

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