Grandes marcas baniram vestuário com pelo animal… mas este está de volta às passarelas

Durante anos, a indústria da moda virou costas aos casacos de pelo, impulsionada por pressões éticas e ambientais. No entanto, a estética do pelo voltou com força às passarelas desta temporada, ainda que, na maioria dos casos, em versões sintéticas ou alternativas naturais como shearling e lã.

Marcas como Burberry, Prada, Fendi e Gucci revisitaram o look, enquanto designers como Simone Rocha e Ganni optaram por opções sustentáveis, incluindo acrílico reciclado e poliéster reaproveitado. Ao mesmo tempo, novas soluções à base de plantas, como o Savian da startup Biofluff, começam a ganhar espaço como alternativa viável.

Apesar desta recuperação estética, o mercado do pelo natural enfrenta um colapso histórico com marcas, retalhistas e até países a imporem restrições. A produção de vestuário de pelo sofreu um duro golpe, agravado pela pandemia e por crises geopolíticas. Além disso, muitos consumidores que aderem à tendência recorrem a peças vintage ou em segunda mão, em vez de comprarem novas.

Mark Oaten, CEO da International Fur Federation, reconhece que as grandes marcas dificilmente voltarão a trabalhar com pelo real, mas destaca uma mudança de mentalidade entre os mais jovens: “Há uma geração que não gosta de ser ditada sobre o que pode ou não vestir.” Ainda assim, para os defensores dos direitos dos animais, como PJ Smith, da Humane World for Animals, a tendência não representa um risco real de aumento na utilização de pelo animal. “As microtendências vêm e vão, mas o impacto real na indústria continua a ser reduzido.”

 

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