Gracie: Chatbot com Inteligência Artificial promete travar predadores sexuais online

“A Internet não é mais um lugar seguro para predadores sexuais”. Esta é a premissa de uma iniciativa, concretizada por voluntários da Microsoft e agências de autoridade, que está travar a exploração infantil online, intimidando e identificando milhares de predadores sexuais nos EUA.

Chama-se Gracie e nasceu da vontade da BBDO e do CEO da Street Grace, Bob Rodgers, de usar inteligência artificial para identificar e dissuadir predadores sexuais. Para tornar isso realidade, aliaram-se à Microsoft.

No evento Hack for Good de 2019, mais de 100 voluntários da Microsoft desenvolveram o Transaction Intercept (TI), uma tecnologia avançada para retirar o anonimato dos predadores.

Uma das principais funcionalidades do TI é Gracie, um chatbot com inteligência artificial, criado a partir de investigações em curso e diretrizes do CDC. Gracie simula centenas de perfis adolescentes e consegue travar milhares de conversas com predadores.

Como funciona?

O TI publica anúncios falsos em sites conhecidos por ocorrerem casos de tráfico sexual. Quando um predador clica, é direcionado para uma conversa com Gracie. Se confirmar a intenção de compra, recebe uma mensagem de dissuasão em que o predador é informado de que o ato constitui crime em todos os 50 estados dos EUA, punível até 40 anos de prisão e 100 mil dólares em multas.

Este é ainda alertado de que a conversa foi registada e pode ser enviada às autoridades. Além disto, recebe um link para recursos de reabilitação.

Testado na Geórgia, o TI revelou-se eficaz ao trocar mais de 54 mil mensagens e identificar 13 mil predadores, consolidando-se como a maior investigação verificada sobre tráfico sexual até à data.

A ferramenta já foi implementada em 25 estados e 78 cidades, ajudando as autoridades a desmantelar redes de exploração infantil.

Reconhecido pela sua inovação e impacto social, o TI recebeu vários prémios, incluindo Cannes Lions, Effies, National Addys, Clios e Webby.

Atualmente, é usado por forças policiais nos EUA para operações e processos judiciais contra predadores sexuais.

Artigos relacionados