Governo pede celeridade na aprovação de mudanças no IVA de antiguidades e ‘streaming’
A secretária de Estado dos Assuntos Fiscais pediu hoje apoio e celeridade na aprovação da proposta que transpõe uma diretiva do IVA nos bens em segunda mão e antiguidades e harmonização da tributação no destino nos espetáculos em ‘streaming’.
Sublinhando que a diretiva deveria ter sido transposta a tempo de estar operacional em janeiro, a secretária de Estado Cláudia Reis Duarte, apontou a urgência em aprovar a proposta de autorização legislativa, de forma a evitar contencioso com instituições europeias.
Em causa estão, precisou a governante, um conjunto de alterações ao IVA que visam “no essencial evitar potenciais distorções de concorrência”.
Numa das vertentes, pretende-se assegurar a harmonização da tributação em função da localização da prestação de serviços de natureza cultural, artística, desportiva e similares quando esta ocorra de forma virtual.
Na prática, o objetivo é que a taxa de IVA aplicável na aquisição de um título de acesso para assistir a um espetáculo em ‘streaming’ seja a que vigora no país onde vive o consumidor.
Além disto, esta proposta, avança ainda também na transposição da diretiva relativa à vertente da tributação em sede de IVA dos bens em segunda mão, objetos de arte e antiguidades, visando evitar abusos na utilização do chamado regime da margem.
No âmbito do regime da margem, os bens são sujeitos a taxa reduzida, sendo que o imposto incide não sobre o valor da contraprestação, mas sobre a diferença entre o valor de compra e de venda. Com as novas regras, os vendedores deste tipo de produtos, terão de aplicar a taxa normal de IVA se optarem pelo regime da margem.
Por outro lado, a aquisição destes objetos à taxa reduzida impede que na revenda possa ser usado o regime da margem.
No debate, à exceção dos partidos que dão apoio político ao Governo, os deputados das bancadas da oposição centraram sobretudo as críticas no facto de mais uma vez o Governo estar a legislar em matérias fiscais através de uma proposta de autorização legislativa, notando que este está a ser um expediente que se está a tornar uma regra.
Uma leitura que Cláudia Reis Duarte rebateu, indicando que a figura da proposta de autorização legislativa está consagrada constitucionalmente, sem que a Constituição imponha limites ao número de vezes que pode ser usada.
Em debate estiveram também hoje vários projetos do PAN, um deles visando repor a taxa do IVA das touradas nos 23% e vários sobre a aplicação da taxa reduzida de IVA nos atos médico-veterinários, nos produtos alimentares destinados a animais de companhia e nos métodos alternativos ao uso de animais em contexto de investigação científica.