Google: Marcas devem parar de ver os movimentos como “causas”
Nishma Robb, directora de Marca e Marketing de Reputação da Google no Reino Unido, acredita que está na altura de os profissionais de Marketing repensarem a forma como olham para os movimentos sociais. Em entrevista ao The Drum, a responsável afirma que tem havido uma espécie de acordar generalizado da consciência das marcas, «a única coisa boa a sair desta pandemia».
No entanto, «enquanto marca, não é suficiente prestar atenção com respeito, esse é o requisito mínimo». Segundo Nishma Robb, um negócio nem deveria ter o direito a existir se não encontra na igualdade um dos seus principais pilares. «Considerem o que a igualdade significa realmente e como podemos torná-la possível para todas as pessoas», sugere a directora de Marca.
Nishma Robb dá ainda um exemplo mais concreto, referindo-se à falta de comunicação dirigida a minorias durante a crise sanitária. De acordo com a responsável, estes grupos têm-se sentido postos de parte e essa é uma grande falha do Marketing.
«Espero que, no futuro, as pessoas deixem de ver estes movimentos [como o Black Lives Matter] como ‘causas’, mas sim como uma forma de criar Marketing brilhante ao criar ligações com pessoas reais», conta a profissional. Nishma Robb considera que a abordagem é muito forçada e assente em ideias pré-concebidas daquilo que deve ser celebrado ou comunicado e isso não reflecte a diversidade do Mundo.
No geral, numa análise à reacção das marcas ao novo coronavírus, Nishma Robb afirma que «a indústria do Marketing tem demonstrado uma resiliência incrível», tendo sido capaz de encontrar optimismo e crescimento através da solidariedade.
«Acho que trouxe ao de cima o melhor da nossa indústria», conta a executiva da Google, acrescentando que obrigou a olhar para temas que, anteriormente, tinham sido ignorados.