Global Media quer despedir 150 trabalhadores. JN prepara greve
Os trabalhadores do Jornal de Notícias solicitaram ao Sindicato dos Jornalistas (SJ) “a preparação de um pré-aviso de greve para os dias 6 e 7 de Dezembro”, convocando ainda um novo plenário para o próximo dia 30 de Novembro.
Esta decisão surge na sequência de, no passado dia 24, ter sido revelado que a Global Media Group (GMG), detentora também de publicações como Dinheiro Vivo, TSF ou O Jogo, pretendia dar seguimento ao despedimento de 150 colaboradores.
De acordo com José Paulo Fafe, novo presidente do Conselho de Administração da GMG, em declarações ao ECO, «há a necessidade de conter despesas, de aumentar receitas e de racionar os custos. Há várias medidas que podem ser implementadas».
Face à possibilidade agora em cima da mesa, os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN) decidiram ainda solicitar à administração da GMG “o cabal esclarecimento” sobre o possível despedimento e avançar com um pré-aviso de greve para Dezembro, revela a Lusa.
Em comunicado, após um plenário de trabalhadores, a redacção do JN referiu que as representantes dos trabalhadores foram convocadas na quinta-feira anterior pela administração da GMG, onde lhes foi comunicada “a intenção de proceder ao despedimento colectivo de 140 a 150” trabalhadores do grupo.
De acordo com a agência noticiosa portuguesa, foi transmitido às delegadas sindicais do JN que estavam em causa “56 trabalhadores dos serviços partilhados e sector comercial, 40 da redacção do Jornal de Notícias, 30 da TSF e um número ainda indefinido de O Jogo”.
Desta forma, a redacção do JN decidiu solicitar à administração da GMG “o cabal esclarecimento, até ao final da manhã da próxima quarta-feira, dia 29 de Novembro, sobre o que pretende efectivamente levar a cabo”.
O SJ referiu em comunicado, segundo a Lusa, que considera “inadmissível, inviável e impensável” a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas, lembrando que é “quase um terço dos cerca de 500 trabalhadores da empresa”.
Para a organização, esta intenção, “com impacto primordial na TSF e no JN, é verdadeiramente inadmissível e deve fazer pensar as pessoas e as instituições deste país, pois, por coincidência, vai afectar mais dois dos órgãos que mais têm tentado dignificar as condições de trabalho e dos trabalhadores e com isso defender o jornalismo de qualidade”.