Gerir a criatividade é como gerir o caos
A excelência na criatividade é pedra de toque para o coreógrafo Wayne McGregor e para Nikesh Arora, vice-presidente sénior da Google. Uma conversa sobre a alquimia de forças antagónicas no processo criativo.
Texto The Focus
Fotografia Jürgen Frank
Wayne McGregor é um dos coreógrafos mais inovadores do nosso tempo, e Nikesh Arora, vice- presidente sénior e CBO da Google, empresa admirada pela sua genialidade criativa e usada por centenas de milhões de pessoas por dia. A “The Focus” falou com os dois nos estúdios do San Francisco Ballet, onde Wayne ensaiava com outros dançarinos como coreógrafo convidado. Nikesh Arora passou por lá, directamente do campus da Google. Apesar de serem oriundos de dois mundos muito diferentes – artes e negócios – os dois compreenderam rapidamente que partilham um fascínio pelo aproveitamento de impulsos criativos. Na altura, analisaram ainda a vanguarda da excelência criativa.
Wayne McGregor: Como alguém que passou a vida a brincar com computadores desde jovem, é claro para mim que o mundo da tecnologia pode ser tão criativo como o da dança. Pergunto-me é como a Google encoraja uma quantidade de criatividade tão grande num ambiente de escritório?
Nikesh Arora Bem, contratamos pessoas realmente inteligentes e tentamos não as restringir. E queremos definitivamente opiniões diferentes em cima da mesa. Não falamos apenas de questões de género ou de raça – vai para além disso. Temos de criar um ambiente que se alimente de várias opiniões. A última coisa que quero é uma sala cheia de pessoas à espera que alguém dê as respostas certas. Em muitos casos, não existe uma resposta certa.
Wayne McGregor Certamente. Uma das coisas que tentamos não fazer é procurar uma resposta de imediato, mas tentar identificar questões interessantes e depois ver onde elas nos levam.
Nikesh Arora Creio que tem de existir fricção para que exista um processo criativo. Se não existirem opiniões diferentes, temos uma enorme zona morta colectiva. Não obtemos os melhores resultados se não houver oposição a uma ideia. É por isso que na Google dizemos às pessoas: «Não contratem pessoas como vós, porque não vão conseguir apreciar outros pontos de vista.»
Para ler a entrevista na íntegra, consulte a edição de Abril de 2013 da revista Marketeer.