Geração Z portuguesa é composta por fazedores
Mais do que empreendedores, os membros da Geração Z são fazedores. Por terem nascido num mundo em crise e em constante ameaça, têm tendência para agarrar oportunidades e pôr mãos à obra. Madalena Lupi, directora dos Estudos Qualitativos da Netsonda, explica que, ao contrário dos Millennials, são menos idealistas e mais realistas: «O terem-se habituado a ter tudo na hora, a facilmente resolverem muita coisa e a verem as suas questões respondidas num instante utilizando as tecnologias, faz desta geração uma geração de “fazedores”.»
A conclusão foi apresentada no 8.º Seminário Kids&Teens da Brandkey, cujo objectivo é estudar as gerações mais novas e o impacto que têm no Marketing e Comunicação. Para esta edição do evento, a Brandkey contou com o apoio da Netsonda para conhecer melhor os portugueses que nasceram depois de 1995.
Segundo Madalena Lupi, o ambiente em que a Geração Z se formou explica a proliferação de «bloggers de moda, vendas online, cómicos, talentos musicais que se desenvolveram na Internet e ganharam fama… É uma geração que cresce tendo à distância de um dedo toda a informação que precisa para criar o seu negócio, todas as ferramentas para o desenvolver e clientes em todo o mundo».
É também por isso que são considerados nativos digitais, sendo esta a primeira geração que não sabe o que é viver sem tecnologias. De acordo com dados divulgados no mesmo seminário, 87% dos portugueses da Geração Z liga-se diariamente à Internet. Utilizar as redes sociais (especialmente Snapchat e Instagram), enviar e receber emails, comunicar em tempo real e jogar são as tarefas mais habituais.
Como comunicar para esta geração?
A primazia da imagem, o imediatismo da comunicação e o fácil acesso à informação e diversão fizeram com que a capacidade de atenção da Geração Z reduzisse. Têm também menos paciência para esperar. Neste sentido, as mensagens devem ser simples e fáceis de encontrar, os conteúdos devem estar actualizados e as marcas devem mostrar coerência entre o mundo offline e online.
Madalena Lupi adianta também que, apesar de se tratar de uma geração digital, estes jovens gostam de uma comunicação mais pessoal, valorizando as opiniões do seus pares ou das figuras que admiram. «Mesmo sabendo que uma blogger é patrocinada por uma marca, o que esta diz é visto como sendo verdadeiro pois é “uma como nós” e tem muitos seguidores, logo não iria estragar a sua imagem (e perder o seu “ganha pão”) se o produto ou marca não fossem bons», conclui a responsável.