GenAI em Portugal: apenas 54% dos líderes preveem transformação significativa em 2025, revela estudo

A NTT Data,  consultora global de negócios e tecnologia, divulgou, recentemente, os resultados do estudo “GenAI Report: How organizations are mastering their GenAI destiny in 2025”, em que revelava a forma como os líderes mundiais estão a direcionar o foco das experiências com GenAI para casos de uso de longo prazo que transformam a performance dos negócios, a cultura de trabalho, a conformidade regulamentar, a segurança e a sustentabilidade.

Ora, Portugal também participou do estudo e os dados nacionais mostram algumas variações com os resultados globais.

Globalmente, 70% dos CEOs preveem uma transformação significativa até 2025, mas em Portugal esse valor desce para 54%, refletindo uma perspetiva mais moderada em relação à mudança. Quando se trata da estratégia para a utilização de IA Generativa (GenAI), 83% dos líderes globais afirmam ter planos bem estruturados, enquanto em Portugal apenas 62% reportam possuir uma estratégia clara.

No âmbito das competências dos colaboradores, 67% dos inquiridos globais reconhecem a falta de qualificação necessária para trabalhar com GenAI. Em Portugal, essa preocupação é ainda mais acentuada, com 87% dos líderes a apontarem esta lacuna.
Quanto aos casos de uso mais relevantes para a GenAI, Portugal acompanha as tendências globais, destacando as recomendações personalizadas de serviços e a gestão de conhecimento. No entanto, as prioridades divergem no resto da lista: enquanto controlo de qualidade e investigação e desenvolvimento (R&D) aparecem em destaque globalmente, em Portugal os líderes valorizam mais o design e desenvolvimento de produtos/serviços (R&D) e a automação de processos.

Entre os desafios para a adoção de GenAI, tanto em Portugal como a nível global, o principal entrave identificado é a existência de utilizadores que atribuem pouco valor às soluções de GenAI. Contudo, a lista de obstáculos difere nos níveis seguintes: globalmente, o défice de formação dos utilizadores ocupa o segundo lugar, enquanto em Portugal a principal barreira adicional é a resistência dos utilizadores.
Além disso, as preocupações com segurança surgem como um fator globalmente relevante, mas em Portugal são substituídas pela perceção de que as interfaces de utilizador são pouco intuitivas.

Sobre a necessidade de equilibrar inovação com responsabilidade, 81% dos líderes globais acreditam que os gestores devem apoiar os colaboradores nesse processo, enquanto em Portugal apenas 69% partilham da mesma opinião.
Outro dado preocupante é a ausência de políticas organizacionais sobre GenAI: 72% dos inquiridos globais admitem que as suas empresas não têm diretrizes claras, e em Portugal, esse número é ainda mais elevado, atingindo 96%. Entre os temas negligenciados nas políticas encontram-se a proteção da propriedade intelectual.

O entusiasmo em relação ao potencial transformador da GenAI é notoriamente mais contido em Portugal. Globalmente, 68% dos líderes afirmam sentir-se “entusiasmados” ou “impressionados” com a tecnologia, mas em Portugal essa percentagem desce para 46%.
Por fim, a incerteza regulamentar é vista como um travão à inovação por 82% dos líderes globais, um valor que sobe para 96% em Portugal, refletindo uma maior preocupação com o impacto das regulações no país.

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