Gastos no supermercado saltam 13% em Portugal
O comportamento dos consumidores portugueses começou a mudar ainda antes de ser confirmado o primeiro caso de coronavírus no País. Logo quando surgiram as suspeitas de contaminação, as idas ao supermercado sofreram alterações, tal como demonstra a nona edição do estudo “Marcas+Consumidores”.
Elaborado pela Kantar para a Centromarca, o relatória indica que, numa primeira fase, o valor gasto em compras para o lar aumentou 8%. Na fase seguinte, durante o mês de Fevereiro, com a multiplicação dos casos confirmados um pouco por todo o Mundo, os gastos saltaram 13% por cada acto de compra – o equivalente a mais 39,40 euros por cada ida ao supermercado.
Ainda não há dados sobre este mês, mas Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca, garante que «é fácil de prever que os dados relativos às primeiras semanas de Março não só consolidem, como mostrem um rápido incremento destes valores, como facilmente se percebe pela corrida às lojas a que assistimos nos últimos dias».
Para já, verifica-se uma redução no número de visitas ao supermercado, em sentido oposto ao valor gasto: os portugueses estão a gastar mais, mas a ir menos vezes (análise das primeiras oito semanas do ano versus período homólogo de 2019).
Quanto aos artigos mais comprados, nota-se um aumento nas categorias de bens de alimentação e de bebidas (10%), papel higiénico (8%), produtos de limpeza (7%) e produtos de higiene e perfumaria (3%).
O novo coronavírus mostra ter também impacto no meio escolhido para realizar as compras para o lar. «Como é natural, a forte afluência às lojas e os receios associados aos riscos de contaminação levaram muitos consumidores a optar ou a reforçar as suas comprar online», sublinha Marta Santos, Manufacturers Sector director da Kantar.
Segundo a mesma responsável, «essa maior procura pela compra online, acontece, contudo, num momento de forte pressão sobre a cadeia de abastecimento, gerando, tendencialmente, uma dificuldade acrescida de resposta».
Em Janeiro e Fevereiro, os gastos em compras online aumentaram para 60,5 euros de ticket médio por cada acto de compra. Regista-se também a compra, em média, de itens de um maior número de categorias de produto (12,8).
A Centromarca acredita que o maior impacto ainda está por se sentir e adianta que as informações conhecidas nos últimos dias irão condicionar fortemente o mercado de grande consumo. De acordo com Pedro Pimentel, «as marcas e as insígnias terão, neste momento crucial, que se adaptar, definir prioridades e fornecer valor em tempo real aos consumidores».