Fruta na dieta: como as novas tendências estão a transformar o mercado
Quais são as rotinas mais comuns quando se trata de consumir e comprar fruta? Um estudo apresentado pela empresa agroalimentar Bollo Natural Fruit, para Espanha – um mercado em que os hábitos de consumo não são muitos diferentes dos de Portuga-, responde a esta pergunta e fornece dados sobre a quantidade de fruta consumida pelo utilizador, os factores que determinam o consumo e a forma como estes artigos são comprados.
A primeira evidência que surge é o papel cada vez mais importante que a fruta desempenha na dieta dos espanhóis. Quase metade, 48%, considera que consome um pouco mais ou muito mais fruta do que há 5 anos, apesar do contexto generalizado de inflação que o sector alimentar sofreu nos últimos meses.
No outro extremo, 22% da população considera que consome muito menos fruta atualmente.
A idade é um fator determinante em termos de consumo, pois este estudo mostra que as pessoas com 45 anos ou mais são as que consomem mais fruta regularmente, enquanto os jovens com menos de 30 anos tendem a comer menos fruta do que as gerações mais velhas.
Os jovens entre os 18 e os 35 anos apresentam um consumo mais ligado à fruta em promoção e às variedades de marca própria. Embora este grupo apresente um consumo mais baixo, existe também uma tendência crescente entre os jovens para consumir fruta como um snack saudável, graças a novas apresentações (fruta cortada ou batidos).
Os adultos com idades entre os 45 e os 65 anos, para além de consumirem mais fruta por razões de saúde e hábitos saudáveis, mostram um maior interesse pela fruta de marca do que as gerações mais jovens.
É também de salientar os valores relativos à frequência do consumo semanal de fruta por parte dos consumidores que declaram consumir fruta: 70% dos participantes no estudo consomem fruta diariamente, enquanto 20% consomem fruta mais de 3 vezes por semana e 10% consomem fruta menos de 3 vezes por semana.
No que diz respeito ao formato da fruta, a grande maioria (92%) dos participantes no barómetro afirma preferir a fruta a granel, enquanto 6% optam pela fruta embalada (em redes ou em pequenas caixas) e apenas 2% escolhem a fruta cortada e preparada.
No que diz respeito às ofertas ou promoções, uma conclusão interessante é que são um fator-chave para determinar as compras no caso dos consumidores que são fiéis a uma marca. Quarenta por cento destes consumidores afirmam que, apesar das promoções ou ofertas, preferem continuar a consumir a fruta de marca que compram habitualmente.
De um modo geral, os dados sugerem que a pressão sobre o preço e a acessibilidade está a levar os consumidores a alterar os seus hábitos de compra, privilegiando os supermercados e as lojas de desconto como canais de compra habituais.
Estes estão a conquistar gradualmente uma parte do mercado que tradicionalmente pertencia a mercearias especializadas. Assim, de acordo com os dados da Kantar Worldpanel sobre a quota de volume de fruta por canal, verifica-se que o canal supermercado passará de 37,7% do mercado em 2023 para 40,4% em 2024. Isto é praticamente em detrimento do canal das mercearias, que passará de 37,4% em 2023 para 34,7% em 2024.
No entanto, este valor é notoriamente diferente se nos centrarmos nos utilizadores que habitualmente consomem marcas na compra de fruta, pois neste caso a percentagem de compras no canal da mercearia aumenta significativamente (até 65%) e praticamente iguala a percentagem de compras na grande distribuição (66%).
No que diz respeito às compras online, embora o canal online esteja a ganhar terreno no processo de compra, apenas 18% dos participantes afirmam ter comprado fruta online em algum momento no passado.
Esta percentagem sobe para 27% nas faixas etárias mais jovens, que demonstram um maior interesse em comprar fruta através de plataformas de comércio eletrónico, motivados pela comodidade, personalização e possibilidade de comparação de preços.