“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Rodrigo Montez

É difícil sobressair por entre dezenas de curriculos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Rodrigo Montez (criativo e redactor) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual é a melhor coisa que já fizeste?

Estudar em Coimbra foi uma grande meta. Vejo na cidade um centro de talento social, histórico e embrionário. A mescla de pessoas que conheci ensinou-me a abordar os meus projectos sem julgar estilos, sotaques ou províncias, por exemplo. Para mim, isso é um excelente ponto de partida.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Reactivar um produto através da comunicação da marca.

Porque é que te devem contratar?

Porque leram as minhas ideias, acreditaram no meu trabalho e sentem que é ao meu processo criativo e forma de pensar que pretendem confiar a comunicação da/s sua/s marca/s.

Como vês a situação actual que vivemos?

A nível de mercado, suponho que vamos deixar de precisar de marcas sem diferenciação ou contributo para os sectores/comunidades que exploram. Já fiz esta analogia noutras ocasiões: se a minha vida está optimizada para movimentar dinheiro virtual, eu não tenho necessidade de interagir com 20 marcas de porta-moedas. No entanto, se o meu dia-a-dia tem um contacto mais próximo com dinheiro físico, aí pertenço ao target de comunicação dessas marcas. Vejo na situação actual uma oportunidade para as marcas locais, por exemplo, terem uma identidade própria. Comunicarem com as suas comunidades e elevarem a relevância que têm para com as pessoas com quem comunicam. Há espaço para todas as marcas e mais alguma, se cada uma souber criar/ocupar bem o seu espaço. Há espaço para todos @s criativ@s e mais alguns sobrinhos, se os responsáveis das marcas olharem para a comunicação como um processo contínuo e relevante para além de apenas urgente e financeiro.

Desde quando és freelancer e porquê essa decisão?

O meu primeiro trabalho enquanto freelancer, para a área da comunicação, foi em 2014. Tem sido uma questão de oportunidade e/ou interesse aliados com a vida. No meu caso, o interessante em seres freelancer é a disponibilidade para decidir integrar e cultivar, ou não, os projectos para que te propõem.

Quais as vantagens e desvantagens de ser freelancer?

No meu contexto existem várias. Vou identificar dois pontos, comparativos à estrutura de agência, que reflectem a minha experiência até agora. O primeiro ponto é o critério. Quando tens um/a director/a criativo/a, estás a aprender com alguém que tem muito mais experiência do que aquela que tu tens, já esteve em mais mil processos criativos do que tu, já esteve em mais mil produções, já viu mais mil ideias a serem executadas e tem uma percepção muito mais imediata, segundo o seu critério, do que é bom ou mau para a marca. Sabe o que já foi feito, o que vai ser bom para o mercado ou até para a agência. Isto influencia o próprio resultado do que estás a criar. Umas vezes de forma positiva, outras de forma negativa. Enquanto freelancer essa responsabilidade passa a ser tua. Tens de construir o teu critério, a tua pesquisa, expressares-te criativamente em função disso e abordar os temas de ângulos com que te identificas, porque não há uma figura que vai passar ou chumbar as ideias que entregas (nem as boas nem as más).

O segundo ponto são os meios. Em agência há pessoas cujo trabalho é complementar as tuas ideias com uma produção interessante e darem-lhe um resultado acima do que fora idealizado. Quando és freelancer, tens de procurar por ti uma produção exequível e alinhada com a solução que vais entregar.

Depois acontecem vários cenários (se o teu cliente tiver a sensibilidade para entender a diferença entre o resultado de produzir bem a solução criativa): podes entregar um resultado que leva à marca a melhor solução possível, desde a criação à implementação; ou (num trabalho para ontem) podes deixar a produção nas mãos do cliente (que tem, ou não, noção de bons materiais/meios) que vai dar ou não um bom resultado ao trabalho que desenvolveste para a marca dele.

Em resumo, as condições e estrutura que tens ao trabalhar em agência ou enquanto freelancer são distintas. Defendem pontos de vista criativos diferentes, mas são ambas interessantes à sua maneira.

Esta é a minha percepção neste momento. Obrigado pelo espaço que me deram e espero deixar um contributo positivo para a comunidade criativa, profissional e curios@s da área.

Para conhecer melhor Rodrigo Montez:

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