“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Ricardo Norton

É difícil sobressair por entre dezenas de currículos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Ricardo Norton (redactor) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual foi a melhor coisa que fizeste até hoje?

Dispor-me a ouvir e aprender com os outros, desde o primeiro dia em que entrei numa agência. Tive a sorte de nascer como criativo na Opal, que me deu o tempo certo para saborear a ingenuidade típica de um estagiário e despontar para a publicidade sem qualquer pressão. Lidei com muitas pessoas boas como o Gonçalo Santos, que me protegeu e ensinou a importância de olhar para o que se faz lá fora com a mesma atenção com que se deve olhar para um briefing, o Tiago Ribeiro, que sempre me incentivou a crescer criativamente e a ganhar o hábito de trazer ideias sólidas para a mesa e a Olga Magalhães, que um dia me mostrou a história de Graciliano Ramos sobre as lavadeiras de Alagoas.

Já na Caetsu amadureci e aprendi muito com a Sónia Leitão, uma das pessoas que sempre acreditou em mim, e com os ensinamentos e as histórias do Bruno Matos, do Casimiro Ribeiro, do Pedro Vaz, do João Lima, do Hugo Ferreira, do Nélson Gomes, da Ana Machado e de tantos outros. Além disso, cresci muito também com a partilha de aventuras e desventuras com o Guilherme Ferreira, a Diana Magalhães, o João Magalhães, a Florbela Caetano, a Marta Meleiro e todos os outros membros da minha geração de caetsianos. Tudo isto permitiu que me tenha moldado como um criativo mais completo, que é feliz a fazer o que faz e acredita ter bases sólidas para continuar a crescer nos próximos anos.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Aquele que valha verdadeiramente a pena. Gosto de olhar a publicidade como a astronomia: quando o planeta onde mora o cliente fica totalmente alinhado com o planeta da agência e estes ficam completamente enquadrados com a lua onde costuma estar a cabeça dos criativos, acontecem coisas de outra galáxia. É esse tipo de fenómenos que faz com nasçam os trabalhos que todos recordamos durante anos e são devidamente reconhecidos no nosso meio, algo que creio ser uma das metas de qualquer criativo. Se é uma visão utópica? Talvez. Se é impossível de alcançar? Não. A indústria publicitária portuguesa e mundial já mostrou várias vezes que é possível, sendo essa a motivação para continuar à procura do tal projecto que quero fazer a seguir.

Porque é que te devem contratar?

Vindo eu de uma família de médicos, começo esta resposta partindo de uma ideia de Abel Salazar. Acredito que um redactor que só sabe de redacção nem de redacção sabe. Não sabe de redacção e muito menos de publicidade. É por isso que olho como aliados importantes o meu mestrado em Design Editorial na Faculdade de Belas Artes, as minhas passagens por outros mundos que não o da publicidade, a minha ligação ao desporto, à música e à cultura e até o facto de vir de um ambiente familiar totalmente virado para as ciências. Tudo isto me permite ter uma abordagem muito própria aos briefings que vão chegando e aos desafios que vão surgindo. Além disso, esforço-me por oferecer aos que me rodeiam alegria, bom ambiente e boa disposição. O tempo tem-me mostrado serem antídotos eficazes para alguns dos vírus que, apesar de não matarem como este que actualmente assola o Mundo, destroem muitas equipas de trabalho. E haverá alguém mais indicado para lidar com esse assunto do que uma pessoa com um apelido como o meu? Creio que não.

Para conhecer melhor Ricardo Norton:

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