“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Diogo Figueira

É difícil sobressair por entre dezenas de curriculos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Diogo Figueira (redactor) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual é o trabalho de que mais te orgulhas?

A campanha “Aula de Impacto”, para a Brisa, pelo alcance que teve, por ter gerado alguma conversa sobre um tema que parece óbvio — prevenção rodoviária — mas ao qual precisamos de regressar de vez em quando. Não acredito que este tipo de campanhas mude comportamentos por si só, mas o importante é despertar algum tipo de discussão, nem que seja entre pais e filhos à mesa de jantar. E também a “Onde há Maria&Luiz há teatro”, para o Teatro Maria Matos e o Teatro São Luiz, por ter sido dos primeiros trabalhos que fiz com mais liberdade criativa, porque todo o processo me deu muito gozo e porque ainda hoje gosto de me lembrar das histórias que conseguimos contar. Num e noutro, tive a sorte de trabalhar com as pessoas certas.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Uma das coisas de que mais gosto ao trabalhar em publicidade é nunca fazer ideia do que vem lá no próximo briefing. Gosto da sensação de estar à espera da próxima folha em branco. Isto é uma ideia um bocado romanticóide mas é verdade. Por isso é que também não crio grandes expectativas. Qualquer coisa pode dar um bom trabalho — no caso do “Maria&Luiz”, por exemplo, o briefing era vender um cartão de descontos. Ninguém sonha vender um cartão de descontos. E afinal… Mas para não fugir completamente à pergunta, gostava de explorar qualquer coisa no universo do desporto.

Porque é que te devem contratar?

Para além de ser copy também escrevo para cinema e televisão — não gosto de estar parado, saltito entre estes dois mundos e divirto-me bastante com isso. E ainda hei-de experimentar videojogos. Nunca estudei publicidade – estudei cinema – e a minha escola de copy foi a Leo Burnett, onde estive três anos, e aprendi muito com pessoas como o Steve Colmar, o Jaime Nascimento
e o Raul Palhares. Foi um período de guerrilha em que pude fazer tudo — imprensa, filmes, activação, digital, branding, playstationing, etc. Também fui um meme dentro da agência por causa de uma fotografia que me tiraram a fazer alongamentos antes de uma partida de futebol e estou disponível para mostrar isso a quem me contratar. Tenho um portefólio sombra, coisas que nunca chegaram a ser aprovadas ou produzidas e gosto tanto dele como do oficial. Já me disseram que tenho um percurso pouco tradicional mas desconfio que hoje em dia já não há percursos tradicionais. Tenho-me feito valer da minha imaginação e ela não me tem deixado ficar completamente mal (mas isto posso ser eu a ver coisas onde elas não existem).

Desde quando és freelancer e o porquê dessa decisão?

Sou freelancer desde 2017 porque queria poder conjugar publicidade com cinema/televisão, o que era impossível fazer estando fixo numa agência ou numa produtora, como chegou a acontecer.

Quais as vantagens e desvantagens de ser freelancer?

Gosto de me sentir dono da minha agenda, de saber que não vou cair na rotina deste ou daquele cliente, de apanhar um leque de briefings mais diversificados, de poder trabalhar à distância em muitos casos. A grande desvantagem é para o portefólio — passar muito tempo em trabalho de alterações para libertar criativos para coisas mais importantes/interessantes ou começar trabalhos bons que depois deixo de acompanhar.

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