“Freelancer do Dia CCP by Marketeer”: Bruno do Nascimento

É difícil sobressair por entre dezenas de currículos. A partir de certa altura, os nomes confundem-se e aquele que poderia ser o par perfeito para um projecto na calha acaba por fugir. Partindo do directório lançado pelo Clube Criativos Portugal (CCP), a Marketeer propõe conhecer melhor alguns dos talentos freelancers nas áreas da criatividade e comunicação.

Bruno do Nascimento (designer e lettering artist) é o mais recente protagonista da rubrica “Freelancer do Dia CCP by Marketeer”, que apresentará, duas vezes por semana, exemplos de quem decidiu aventurar-se por conta própria.

Qual é a melhor coisa que já fizeste?

Enquanto criativo gosto de pensar que isso ainda não aconteceu, que a melhor coisa que farei ainda estará por vir, mas no meu caso é claro que guardo com um carinho especial os trabalhos que vi publicados lá fora. É muito gratificante quando o teu trabalho é reconhecido nos teus sites favoritos, ou quando sais lado a lado numa revista ou em livros com criativos que sempre admiraste e mais tarde alguns deles vêm falar contigo para te darem os parabéns. É o “fechar” desses mesmos projectos com “chave de ouro” e isso a meu ver não tem preço.

Qual é o projecto que queres fazer a seguir?

Ao fim de vários anos a fazer Branding, nomeadamente para Print & Digital nos últimos tempos, tenho-me focado mais no “Lettering” personalizado e em pintura de mural. Gostaria de explorar esse lado mais “orgânico”, assim como trabalhar com outro tipo de materiais e futuramente montar a minha primeira exposição a solo em Portugal.

Porque é que te devem contratar?

Isso cabe ao cliente decidir, sou mais de deixar o meu trabalho falar por mim, e se o cliente decidir que sou a pessoa indicada para resolver os seus problemas, óptimo! Da minha parte o que posso prometer é dedicação e compromisso para que isso aconteça.

Como vês a situação actual que vivemos?

É uma altura bastante delicada a que vivemos, é de lamentar as vidas perdidas, assim como a situação daqueles que perderam os seus meios de subsistência. Ainda assim, acredito que somos resilientes e vamos dar a volta por cima. Creio que já estão a
nascer soluções que vêm dar resposta a necessidades que até agora não existiam e que vão contribuir para uma reinvenção da sociedade a vários níveis. Julgo que o paradigma vai mudar forçosamente, na minha óptica o “remote work” veio para ficar, creio que muitas empresas vão chegar à conclusão de que não necessitam de ter propriamente um escritório ou um local de trabalho físico para que o seu negócio possa prosperar, não precisando assim de pagar uma renda todos os meses.

És freelancer desde quando e porquê essa decisão ?

Foi um processo bastante natural. Dou freelancer desde finais de 2009, na altura estava a frequentar outra licenciatura que não estava directamente relacionada com Design e já fazia um trabalho aqui, um trabalho ali, maioritariamente para amigos. Com o passar do tempo, comecei a levar esses mesmos trabalhos de forma mais séria, ao ponto de mudar de faculdade (IADE) e respectiva licenciatura (Design).

Esses anos prévios à licenciatura em Design foram bastante vantajosos, uma vez que ganhei experiência a montar um portefólio, usar certos softwares, a lidar com clientes, etc.

Quais as vantagens e desvantagens de ser freelancer ?

Existem várias vantagens logo à partida em ser freelancer, desde logo o facto de montarmos o nosso próprio horário, estamos mais envolvidos no processo de criação desde o início até à sua conclusão, não prestamos contas a uma entidade patronal e acabamos por desenvolver uma relação muito mais próxima com cliente. E podemos trabalhar em qualquer lado, desde que tenhamos um computador e Wi-Fi.

Contudo, existe também o reverso da medalha e, já sem falar dos recibos verdes, existem desvantagens como, por exemplo, o facto de não termos propriamente um ordenado fixo, ou termos que tratar da nossa própria contabilidade, lidar com clientes que não respeitam horários previamente estipulados e entram em contacto connosco a horas/dias inconvenientes, entre outros. O importante é tentar encontrar um ponto de equilíbrio e sermos felizes a fazer o que fazemos.

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