Freebird Club: O Airbnb para pessoas com mais de 50 anos já chegou a Portugal

É uma plataforma de reserva de alojamento (estilo Airbnb) desenhada especificamente para pessoas com mais de 50 anos. Mas é muito mais do que isso. O Freebird Club posiciona-se como uma plataforma de intercâmbio social e cultural que quer ajudar a combater a solidão. Agora, chega a Portugal para proporcionar estadias diferentes do habitual.

Peter Mangan, fundador e CEO do Freebird Club

Fundado por Peter Mangan em Dublin, na Irlanda, o Freebird Club conta actualmente com mais de 13 mil membros em 35 países. Estes membros têm acesso a uma rede de alojamentos para estadias de curta duração anunciados por outros membros do clube. Porém, ao contrário do Airbnb, é suposto que os anfitriões permaneçam em casa durante o período de arrendamento para que possam conhecer os hóspedes, confraternizar, partilhar experiências e dicas durante a estadia. «Oferecemos uma abordagem orientada para a comunidade, onde os adultos mais velhos podem planear viagens juntos, organizar encontros, reservar estadias em casas e participar em eventos sociais e culturais. O nosso foco em fomentar conexões sociais e combater a solidão é o que distingue o Freebird Club de outras plataformas», explica em entrevista à Marketeer Peter Mangan.

O target do Freebird Club são, assim, indivíduos com mais de 50 anos, de diversas nacionalidades, muitas das vezes reformados ou semi-reformados. O que têm em comum? «O facto de serem aventureiros e terem uma grande paixão por viagens e intercâmbio cultural. São tipicamente curiosos sobre o mundo e querem formar novas conexões sociais, procurando experiências de viagem enriquecedoras que lhes permitam conhecer pessoas com interesses semelhantes e criar memórias duradouras», sublinha o fundador e CEO do Freebird Club.

Este projecto nasceu da própria experiência de Peter Mangan, 53 anos, com um percurso ligado ao mundo da banca e das finanças. Quando Peter decidiu arrendar a sua casa de campo, em plataformas como o Airbnb, era o seu pai Owen, reformado e viúvo, quem recebia e interagia com os hóspedes. Com o passar do tempo, Owen começou a organizar jantares em restaurantes locais, encontros no bar mais próximo, passeios turísticos e até jogos de golfe. «Esta dinâmica não só proporcionou um passatempo gratificante ao meu pai, como também revelou uma ligação profunda, especialmente quando os hóspedes tinham a mesma faixa etária. Ver as amizades genuínas e as experiências enriquecedoras que surgiram dessas interacções inspirou-me a criar o Freebird Club», conta Peter Mangan.

Agora, Portugal torna-se o 13.º destino de reservas do Freebird Club, depois de Irlanda, Austrália, Canadá, Alemanha, Itália, Coreia do Sul, México, Nova Zelândia, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA. Na plataforma, já estão listadas casas em cidades como Almada, Amarante, Aveiro, Cascais e Sintra, mas a ambição passa por ter anfitriões locais por todo o País. «Escolhemos Portugal devido ao seu estatuto como um dos destinos turísticos mais procurados pelos viajantes de todo o mundo – incluindo os membros do nosso clube. O rico património histórico e cultural do País, a beleza natural, as pessoas amigáveis e o clima favorável tornam-no um local ideal para fomentar conexões sociais entre este grupo etário», frisa Peter Mangan.

Nesta fase de lançamento, o Freebird Club conta com um parceiro de peso: a Fundação Ageas associou-se ao projecto para ajudar a promover a inclusão social e digital das pessoas com mais de 50 anos.

Como aderir ao Freebird Club?

Para aderir a esta comunidade, os interessados devem, em primeiro lugar, registar-se no website do Freebird Club. Por questões de segurança, o processo de inscrição envolve preencher um perfil pessoal e verificar a identidade através do upload de um documento de identificação com fotografia. Este processo tem de ser validado pela equipa do Freebird Club.

Além disso, há uma taxa de adesão que concede aos utilizadores o acesso aos benefícios do clube, mas, por enquanto, o valor não é fixo: os membros inscritos são convidados a pagarem aquilo que considerarem justo por um ano de subscrição. Já os anfitriões, a quem é cobrada uma comissão sobre as reservas de estadias feitas através da plataforma, têm a possibilidade de aceitar ou recusar pedidos de reserva.

«Implementámos um processo de verificação abrangente, onde todos os membros devem verificar a sua identidade, o que garante que apenas indivíduos aprovados e verificados podem contactar directamente com outros e reservar ou hospedar estadias», assegura Peter Mangan. «Neste momento, a nossa prioridade é aumentar a comunidade. Queremos ser o mais inclusivos possível, pois o valor que entregamos aos nossos membros depende, em grande parte, de terem outras pessoas com quem se possam conectar e interagir», conclui.

Texto de Daniel Almeida

Artigos relacionados