
Francisco Pinto, fundador da nova agência Wynova: “Somos o laboratório de inovação que torna possível o sonho de transformar desafios em soluções de impacto”
Num mundo em constante transformação, a adoção de inteligência artificial (IA) pelas empresas revela-se não apenas uma necessidade, mas uma oportunidade estratégica para fomentar o crescimento e a eficiência. Neste contexto, surge a WYnova, uma nova agência de inovação estratégica que alia a agilidade de uma startup à robustez do WYgroup, entidade com mais de 25 anos de experiência no mercado.
Com uma abordagem global e escritórios em Lisboa, Porto e Boston, a WYnova distingue-se como um laboratório de consultoria e desenvolvimento que oferece soluções personalizadas para ajudar empresas a ultrapassar desafios na adoção de IA. A agência atua em diversos setores, desde finanças e análise de dados até à automação de processos, e posiciona-se como um parceiro estratégico na revolução tecnológica impulsionada pela IA.
Francisco Pinto é o fundador do projecto e, em entrevista exclusiva à Marketeer, revela a visão e as estratégias por trás da WYnova, desde a sua fundação até aos desafios e tendências que moldam o futuro da inovação empresarial. Conheça, em detalhe, os objetivos e a abordagem desta agência, que se propõe a transformar problemas complexos em soluções impactantes.
Como surgiu a ideia de criar a WYnova e que lacunas no mercado de inovação estratégica baseada em IA pretende preencher?
A WYnova nasceu num momento de reavaliação e de busca por soluções inovadoras. Durante um projeto com o Pedro Janela, deparámo-nos com um revés que revelou uma verdade simples: muitas empresas não dispõem de um laboratório de inovação por conta dos elevados custos e da sobrecarga de trabalho das suas equipas. Estas organizações, imersas nas tarefas do dia a dia, raramente têm oportunidade de experimentar novas formas de resolver os seus desafios. Com a experiência adquirida na implementação de pipelines de Machine Learning desde 2021, num projeto passado, e o acesso antecipado ao ChatGPT 3.5, percebemos a necessidade de sermos uma ponte para as empresas. O propósito da WYnova é proporcionar um espaço onde os clientes possam comunicar os seus problemas, definir os desafios e desenvolver provas de conceito que fiquem prontas para escalabilidade, caso optem por avançar. Em essência, somos o laboratório de inovação que torna possível o sonho de transformar desafios em soluções de impacto.
De que forma a experiência do WYgroup contribuiu para moldar a abordagem inovadora da WYnova no desenvolvimento de soluções personalizadas para empresas?
A vivência dentro do WYgroup proporcionou-nos a combinação valiosa do dinamismo de uma startup com a solidez de uma estrutura consolidada. Este ambiente ensinou-nos a importância de “manter os pés no chão” enquanto se ousa inovar. Os conselhos e a mentoria dos líderes do grupo permitiram-nos perceber que “a solução ideal nem sempre se enquadra em prazos ou orçamentos pré-definidos”, ajustando as nossas expectativas e permitindo-nos desenvolver soluções verdadeiramente personalizadas e realistas para os nossos clientes.
Quais são os principais desafios que as empresas enfrentam na adoção de IA e como a WYnova planeia ajudar a superá-los?
O maior desafio, sem dúvida, é a mudança cultural. Convencer alguém que executa o seu trabalho há décadas a experimentar novas metodologias não é tarefa simples. Um relatório recente da IBM aponta que cerca de 40% da força laboral global (aproximadamente 1,5 mil milhões de pessoas) precisará de se adaptar à IA nos próximos anos. Muitas vezes, as nossas sessões de apresentação transformam-se em momentos de descoberta mútua: “a verdade é que, por vezes, o problema não é a falta de tecnologia, mas sim a resistência à mudança.” Além disso, a adaptação das infraestruturas tecnológicas – desde a segurança à integração dos pipelines – é um desafio que enfrentamos, mas não é o principal.
Como equilibram a agilidade de uma startup com a estrutura de um grupo consolidado como o WYgroup, especialmente ao operar globalmente a partir de três bases?
A nossa abordagem baseia-se numa colaboração estreita e numa rede de suporte robusta. Com o apoio constante do Pedro Janela, sempre disponível para uma chamada, e a integração do Tiago Janela, fundador da Bliss, entre outros parceiros estratégicos, conseguimos manter a agilidade e a inovação próprias de uma startup, sem abrir mão da segurança e dos recursos de um grupo consolidado. Esta sinergia, expressa na frase “não somos apenas seis, somos seis mais 444”, reflete o espírito coletivo que nos permite ultrapassar desafios logísticos e operacionais, mesmo em ambiente global.
Em que medida as soluções da WYnova podem beneficiar setores específicos, como o financeiro, que enfrentam processos não facilmente automatizáveis?
No setor financeiro, as nossas soluções concentram-se em dois pilares fundamentais: a eficiência operacional e a hiperpersonalização. Por um lado, trabalhamos para otimizar processos internos, permitindo uma gestão mais fluida e uma análise de risco em tempo real, que contribuem para uma operação mais eficiente e sustentável. Por outro lado, a hiperpersonalização garante que os serviços sejam moldados de acordo com as necessidades específicas de cada cliente, transformando dados em ações concretas e agregando valor a cada interação. Este duplo foco permite que as empresas do setor financeiro possam, de forma prática, evoluir os seus processos e melhorar a experiência dos seus clientes.
Quais são as suas previsões para o impacto da adoção estratégica de IA nas empresas nos próximos 5 a 10 anos, e como a WYnova planeia posicionar-se como líder neste processo de transformação?
O impacto da IA já se revela vertiginoso. Por exemplo, em 2017 estimava-se que metade das atividades seria automatizada apenas em 2060; contudo, em 2023, segundo um relatório da McKinsey, a previsão passou para 2045. Estou convencido de que, se as decisões certas forem tomadas, essa transformação poderá ocorrer ainda mais depressa. A WYnova pretende posicionar-se na vanguarda deste processo, focando-se não só na implementação tecnológica, mas principalmente na definição estratégica, isto é, em aconselhar o que fazer e o que evitar. A nossa aposta em estar constantemente atualizados com as melhores práticas e em manter um diálogo constante com o mundo académico é o que nos permite inovar e liderar.
Que estratégias de marketing serão adotadas para educar os potenciais clientes sobre as vantagens de integrar a IA nos seus processos e para estabelecer confiança nas soluções personalizadas da WYnova?
A nossa estratégia de marketing é fundamentada na experiência prática e na educação contínua. Além de prototipar soluções que demonstram a tecnologia em ação, investimos na divulgação de conteúdos na nossa página de LinkedIn, onde partilhamos atualizações sobre o universo da IA, as suas implicações e as tendências emergentes. Este canal torna-se um espaço de referência para profissionais que desejam acompanhar a evolução da tecnologia. Paralelamente, o vertical Lisbon Digital School, especialista em educação, tem sido um parceiro estratégico na criação e disseminação de conteúdos de IA, contando inclusive com a minha participação em aulas e workshops. Essa abordagem integrada permite que os clientes não só compreendam os benefícios da IA, como também visualizem de forma concreta o potencial transformador das nossas soluções.