Francisco Paixão: «Já passámos por outras crises e conseguimos que tudo voltasse ao normal»

O que ficará depois deste “buraco negro” do novo coronavírus? Que marcas iremos ter? E como é que passarão a estar e a comunicar? Não sendo possível qualquer previsão clara e certa, fomos, contudo, tentar perceber de que forma é que algumas das maiores empresas e marcas em Portugal estão a reagir e como esperam sair do momento mais crítico de todos os tempos, a nível mundial. Vamos todos dar a volta?

Francisco Paixão, Regional Marketing Representative da Turkish Airlines Inc.

O que está a ser feito, neste momento, para que a sua marca não perca relevância?

Seria um ano prometedor para a indústria e principalmente para a Turkish Airlines, a nosso ver. Tínhamos apostado na abertura de novas rotas, suportadas também pela nossa maior capacidade operacional devido ao novo Aeroporto de Istambul. O mercado da Turquia, após todos os problemas que infelizmente passámos, estava a recuperar e tínhamos o nosso load-factor com números bastante interessantes nos dois voos que operamos para Lisboa e no voo para o Porto. Iria ser certamente um bom ano para a Turkish Airlines.

Infelizmente, e por algo que não conseguimos controlar, enfrentamos agora uma pandemia que nos apanhou a todos desprevenidos e que abalou e certamente irá abalar a aviação e o turismo a nível mundial. Analisando o relatório da IATA e da UNWTO sabemos que vai ser um árduo desafio recuperar, mas estamos conscientes e focados nessa tarefa.

Os procedimentos, assim que esta pandemia alastrou, tiveram de ser adaptados consoante os destinos que ainda tínhamos a operar e onde o surto já estava mais problemático. Dos 318 destinos para onde operávamos, os primeiros mercados para onde deixámos de operar foram a China e Hong Kong, Irão e Itália mas, e também por ordens dos Governos locais, fomos “obrigados” a parar toda a operação. A partir desse momento tivemos de ir adaptando os nossos procedimentos internos de forma a não prejudicar os nossos parceiros (como empresas, agências e outros) e os nossos passageiros. Permitimos alterações gratuitas para bilhetes emitidos antes de 20 de Março de 2020 para voos que sejam até final do ano, desde que o novo voo seja feito até 28 de Fevereiro de 2021. Os reembolsos também são permitidos mas, de forma a gerir a saúde da empresa, estamos a optar por primeiramente darmos a opção de escolha de um voucher para ser usado mais tarde ou crédito de milhas. Claro que ambas as opções têm um incentivo/mais-valia para o passageiro.

De forma a que todos possam estar conscientes e saber dos procedimentos que estamos a fazer, aconselhamos a que também visitem o nosso site.

E depois deste “buraco negro”, a sua marca será a mesma?

Queremos acreditar que será ainda melhor. Estamos a trabalhar para voltarmos em força e com mais confiança. Já passámos por outras crises que também abalaram a economia e, em especial, a aviação (11 de Setembro de 2001, o vulcão da Islândia em 2010…).

Conseguimos, com as devidas precauções e alterações, que tudo voltasse aos níveis considerados normais e voltaremos a fazê-lo. Depois dessas crises crescemos e somos actualmente a companhia aérea que voa para mais destinos no mundo e queremos continuar a fazer jus a esse título.

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