Formação e consultoria na cultura contribuem para a inclusão de pessoas com deficiência

Um estudo realizado pela Access Lab em parceria com a Nova FCSH revelam que formação e consultoria contribuem para a inclusão de pessoas com deficiência.

De acordo com os dados, 65% dos profissionais culturais revela ter passado a haver a inclusão de pessoas com deficiência e surdas nos recursos de programação acessível após formação e 54% introduziu mudanças pós-formação em acessibilidade na política de bilheteira dos seus eventos para não cobrar bilhete a acompanhantes.

Além disso, 57% afirma ter passado a existir um elemento da equipa para acompanhar o público com deficiência e surdo, realidade que só acontecia pré-formação em 10,8% casos.

O balanço positivo de uma experiência cultural depende essencialmente de três factores: qualidade e acessibilidade dos conteúdos, isto é, a sua adaptação às necessidades da pessoa com deficiência ou surda; a acessibilidade do local (ao nível das infraestruturas); qualidade da informação disponibilizada no recinto e/ou pelos elementos da equipa presentes.

Já o lado negativo relaciona-se com dificuldades de mobilidade no local, com os dispositivos para adaptação de conteúdos, na comunicação com elementos auxiliares e ainda no acesso à bilheteira.

O relatório recomenda, portanto, que haja um maior diálogo entre os profissionais da cultura responsáveis pela acessibilidade nos seus equipamentos, a restante equipa, investigadores da área e representantes de pessoas com deficiência para que os equipamentos sejam devidamente testados, através de focus group (presença de pessoas com deficiência).

«Se por um lado nos deixa alerta o facto de 70% das pessoas ainda reportar dificuldades na acessibilidade, também queremos relevar o facto de 54% dos eventos com que trabalhámos ter alterado a sua política de bilheteira para não cobrar bilhete a acompanhantes. A mudança faz-se diariamente, este é apenas um ponto de partida. Por isso, iniciámos este mês a recolha de dados para um segundo estudo, mais abrangente e representativo focado em experiências de entretenimento», comentam, em comunicado, Tiago Fortuna e Jwana Godinho (co-fundadores Access Lab).

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