Fidelidade: Hoje vou aprender a poupar! E tu, já sabes?
Enquanto as notícias ao minuto nos impelem a enfrentar o agora e a reflectir sobre a situação geopolítica internacional, a vida e humanidade, e, inevitavelmente também, sobre o actual cenário económico-financeiro e as suas consequências, os dados demográficos exigem, por sua vez, de todos – cidadãos, organizações, empresas, Estados ou Governos mundiais – uma reflexão profunda sobre o futuro para a tomada de consciência de que agir no imediato urge.
De acordo com dados da Pordata, o índice de longevidade em Portugal, em 2022, era de 48,7% e o de envelhecimento de 183%. Estes dados colocam Portugal como o segundo país mais envelhecido da União Europeia e o quinto a nível mundial, o que, a par com uma também taxa de natalidade decrescente (8% em 2022 vs 24,1 em 1960), demanda uma urgente necessidade de planear financeiramente o futuro, para contrabalançar a progressiva diminuição do peso do Estado Social e da capacidade dos Sistemas de Segurança Social públicos em assegurar o pagamento das pensões, como até hoje.
De acordo com o Ageing Report da Comissão Europeia, prevê-se uma diminuição da taxa de substituição – rácio entre a primeira pensão e o último salário. Isto significa que alguém com, actualmente, 50 anos só irá receber 55% do valor do seu ordenado na reforma e que, no caso dos jovens que têm agora 20 anos, a sua reforma deverá corresponder a apenas 41% do seu ordenado.
Por outro lado, a taxa de poupança em Portugal continua abaixo da média da Zona Euro, o que indica uma necessidade de incentivar hábitos de poupança mais robustos entre os portugueses, passando, não apenas por mudanças nas políticas fiscais e de investimento, mas, acredito, muito também por iniciativas para promover a literacia financeira entre os cidadãos.
Os dados que constam de um estudo do grupo de reflexão Bruegel, publicado em 2023, baseado num Eurobarómetro sobre literacia financeira feito para a Comissão Europeia, indicam que, em cinco perguntas relacionadas com finanças, apenas 42% dos portugueses inquiridos foram capazes de responder correctamente a pelo menos três questões. A média europeia dos 27 Estados-membros é de 52%. Portugal foi assim o segundo país da União Europeia pior classificado em literacia financeira, sobre questões como inflação e juros.
A capacidade de compreender e gerir eficazmente as finanças pessoais é essencial para o bem-estar individual e para o desenvolvimento económico global e indispensável para uma longevidade vivida com qualidade, pelo que temos todos um longo caminho a percorrer.
Um dos principais benefícios da literacia financeira é a capacitação individual para a compreensão dos princípios básicos da gestão financeira, para que cada um possa tomar decisões que promovam a sua segurança financeira a longo prazo. Isso inclui a capacidade de criar e manter um orçamento, poupar para objectivos futuros, evitar o endividamento excessivo e investir de forma inteligente. Além disso, a literacia financeira está intrinsecamente ligada à estabilidade económica e ao crescimento sustentável. Pessoas financeiramente instruídas contribuem para uma economia mais forte, por estarem menos propensas a determinados riscos ou perdas financeiras.
Investir na educação financeira é assim investir no futuro, garantindo uma sociedade mais próspera e resiliente e as seguradoras devem desempenhar um papel importante na promoção da literacia financeira, não apenas por estarem directamente envolvidas na gestão de riscos financeiros e na protecção dos seus clientes, mas porque, enquanto sector estratégico de actividade, conseguem ter um papel determinante em muitas outras áreas:
- Educação: através da disponibilização de materiais educativos e recursos online para ajudar os consumidores a compreender os princípios e conceitos básicos sobre poupança e investimento, mas também activando parcerias e colaboração com as instituições de ensino – escolas, universidades e organizações comunitárias, desde cedo;
- Consultoria financeira: disponibilizando serviços como parte das soluções de seguros que podem ajudar os clientes a avaliar as suas necessidades de protecção, entender as implicações financeiras de diferentes opções de cobertura e tomar decisões informadas sobre o seu planeamento financeiro geral;
- Promoção da prevenção de riscos: investindo em programas financeiros, fornecendo informações e recursos para ajudar os clientes;
- Formação das suas forças de venda para capacitar as redes de distribuição para uma acção pedagógica junto de cada cliente e para criar consultores especialistas em produtos financeiros;
- Desenvolvimento de produtos inovadores que incentivem os clientes a adoptar comportamentos financeiramente responsáveis para uma gestão do dinheiro eficaz, considerando objectivos concretos e o planeamento do futuro.
Ao promover uma melhor compreensão dos riscos financeiros e das opções de protecção disponíveis, podemos ajudar os clientes e a sociedade a tomar decisões mais informadas e a alcançar uma maior segurança e autonomia financeira a longo prazo, criando impacto positivo e contribuindo para uma sociedade financeiramente consciente e resiliente. Para isso, por vezes, é preciso sonhar, acreditar, fazer acontecer, medir resultados e continuar a sonhar… Tudo bons desafios para marketeers, ou não?
MYSAVINGS
UMA HISTÓRIA DE POUPANÇA
Tudo começou lá atrás, em 2017, com o Fidelidade Savings, que integra soluções de poupança e investimento, permitindo que os clientes estabeleçam objectivos de poupança ou façam investimentos, de forma simples e autónoma, com a App MySavings.
Na altura, tínhamos dois grandes desafios pela frente: reposicionar a Fidelidade no mercado de poupança e investimento, oferecendo um produto inovador, distinto dos habituais PPR e Unit Link, e inovar, criando um produto 100% digital, baseado numa App que permitisse aos clientes serem autónomos na gestão do seu dinheiro. Este aspecto foi especialmente relevante.
Na época, a distribuição da Fidelidade estava totalmente assente na rede de distribuição presencial e, assim, para além de promovermos este produto junto dos nossos clientes, era crucial conquistarmos os nossos agentes. Precisávamos que eles reconhecessem o valor do Fidelidade Savings e da App, se tornassem seus embaixadores e conselheiros e transformassem esta solução num verdadeiro case-study da nossa cultura omnicanal que, na altura, estava também a dar os seus primeiros passos.
Foi um caminho percorrido passo a passo, mas hoje os resultados alcançados, quer a nível de apólices, quer mesmo a nível de provisões financeiras já em gestão, posicionam o Fidelidade Savings como um caso de sucesso, quer junto dos clientes, quer dos nossos distribuidores que, ao longo dos anos, o adoptaram, reconhecendo o seu valor, quer como produto essencial para fidelização e rejuvenescimento da carteira de clientes, quer como instrumento essencial na construção de uma cultura de poupança e investimento.
O sucesso do Fidelidade Savings incentivou-nos a sonhar mais uma vez. A sua evolução fez-nos pensar na App MySavings como potencial catalisador para a literacia financeira e como pilar de uma longevidade sustentável e autónoma dos nossos clientes, promovendo continuamente hábitos de poupança e investimento.
Assim, criámos na App MySavings a “Academia” que, juntamente com o site e o blog Poupar e Investir, a comunicação one to one que fazemos, as acções que estamos a fazer nas nossas redes sociais e com especialistas nesta matéria, como a Ariana Nunes, e as parcerias que temos, nomeadamente com a Nova SBE, nos permite criar e promover conteúdos regulares de literacia financeira e, tão ou mais importante, permitir que os nossos clientes acedam, de forma simples, a informação sobre a evolução dos mercados financeiros e dos seus produtos.
Mas voltando à história da App MySavings e perante o bom acolhimento junto dos clientes, evoluímos para que esta aplicação esteja associada, não apenas ao produto Fidelidade Savings, mas também a outros produtos de poupança, como o nosso PPR Evoluir.
E outros se seguirão, mas por enquanto temos um grande objectivo: um cliente, um Fidelidade Savings!
Para incentivar os clientes, associámos o Fidelidade Savings ao nosso sistema de Loyalty, nomeadamente através dos vouchers Fidelidade, permitindo que cada novo cliente, ao criar o seu primeiro objectivo na App MySavings, beneficie de um voucher de determinado valor para adicionar à sua poupança. Mas o melhor fica para o final, para terminar esta história e porque acreditamos que a App MySavings poderá ter um papel importante no aumento da literacia financeira e na educação dos mais novos.
Na App, os clientes podem escolher “Poupança Kids” como objectivo, iniciando assim um plano de poupança para os mais jovens. Decidimos para isto combinar o nosso Trusty, também nascido em 2017, como símbolo do nosso caminho de inovação e hoje presente em muitas das nossas propriedades digitais, com a App MySavings e o Poupança Kids. Nasce assim o Trusty Doggy Bank que, embora ainda no berço, está projectado para se conectar à App MySavings e para ser reproduzido e associado ao nosso sistema de loyality e gamificação, para contribuir para aumentar a literacia financeira entre as crianças e ajudar-nos a conquistar novos clientes Savings.
A par disto, e até para promover este novo conceito, vamos introduzir sessões de literacia financeira nas escolas, usando o protótipo do Trusty Doggy Bank e temos como plano desafiar algumas das universidades, com que já temos parcerias, para se juntarem a nós neste desafio.
O próximo capítulo desta história far-se-á novamente de palavras como inovar, acreditar, criar, implementar e mostrar resultados, mas, como marketeers, somos movidos por propósitos e o nosso nesta matéria é claro: contribuir para o aumento da literacia financeira da sociedade, começando bem cedo, e promover uma longevidade futura, vivida com qualidade e de forma autónoma e sustentável.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Maio (n.º 334) da Marketeer.