Facebook gera maior retorno para anunciantes do que a Google

De acordo com alguns parceiros do Facebook, a rede social é neste momento mais eficaz do que a Google no que diz respeito a levar os utilizadores a clicar nos conteúdos dos anunciantes, graças ao sistema Facebook Exchange, que disponibiliza às marcas informações sobre o histórico de navegação dos utilizadores na internet, e não apenas sobre a sua actividade na rede social.

Lançada em Junho passado, a ferramenta Facebook Exchange – que replica aquilo que outras empresas tecnológicas, como a Google, fazem – permite que os marketeers segmentem as mensagens publicitárias com base no histórico de navegação – os cookies – em tempo real dos utilizadores. Isto possibilitou que a publicidade no Facebook, até então orientada pelo comportamento dos consumidores dentro da rede social – como os “likes” ou comentários a produtos e marcas –, tenha passado também a ser determinada pelos hábitos de consumo em toda a web.

Ora, de acordo com alguns parceiros tecnológicos do Facebook, citados pela agência Bloomberg, o novo serviço está já a dar frutos aos anunciantes. Segundo a Triggit, que fabrica o software que permite colocar anúncios na rede social liderada por Mark Zuckerberg, o sistema Facebook Exchange origina até quatro vezes mais retorno para as marcas do que outros sistemas semelhantes. Outro parceiro, a AdRoll, reforça que os anunciantes que estavam habituados a receber 10 dólares (cerca de 12,5 euros) por cada dólar investido, estão com o novo sistema a encaixar cerca de 16 dólares (20 euros).

A captação de anunciantes é um factor crucial para o futuro do Facebook, obrigado a convencer os investidores depois de as suas acções já terem desvalorizado mais de 45% desde a entrada em bolsa. Numa entrevista concedida esta semana, Mark Zuckerberg anunciou uma nova estratégia da empresa no mercado mobile que, segundo o próprio, pode vir a ser a principal fonte de receitas da rede social num futuro próximo, em termos de publicidade paga. O CEO do Facebook admitiu que a rede social errou no passado no que toca à sua actuação no mercado dos dispositivos móveis, mas sublinhou que esses erros estão a ser corrigidos com o desenvolvimento das chamadas aplicações “nativas”, isto é, aplicações que são criadas especificamente para cada sistema operativo, como o iOS da Apple ou o Android da Google.

«Nos próximos três a cinco anos a grande questão que vai estar na cabeça das pessoas», e que vai determinar a performance do Facebook durante esse período, é a forma como a companhia se comportará no mobile, rematou Zuckerberg.

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