Facebook defende-se de artigo no WSJ: Instagram não é “tóxico para adolescentes”
Um artigo publicado no Wall Street Journal recentemente dava conta de relatórios do Facebook segundo os quais a dona do Instagram sabe das consequências negativas que esta plataforma pode ter na auto-estima dos utilizadores mais jovens. Cerca de duas semanas depois, a tecnológica liderada por Mark Zuckerberg reage finalmente aos dados divulgados, garantindo que o Instagram não é tóxico para adolescentes.
«Ao contrário da caracterização do The Wall Street Journal, a pesquisa do Instagram mostra que, em 11 dos 12 tópicos de bem-estar, as raparigas adolescentes que disseram ter problemas com esses tópicos difíceis também disseram que o Instagram tornou-os melhor em vez de piores», afirma Pratiti Raychoudhury, vice president, head of Research do Facebook, numa publicação partilhada ontem.
A responsável sublinha ainda que a análise em questão evidencia que os jovens têm experiências negativas e positivas com as redes sociais e que este tipo de pesquisa tem precisamente como propósito tentar perceber de que forma é que o Facebook pode melhorar as suas plataformas.
«Simplesmente, não é correcto que esta pesquisa demonstre que o Instagram é ‘tóxico’ para as raparigas adolescentes», sublinha Pratiti Raychoudhury. De acordo com a head of Research, o tópico referente à imagem corporal foi o único em que as raparigas disseram que o Instagram piorou a sua auto-estima. Nas restantes áreas – da solidão à ansiedade ou tristeza –, o Instagram terá ajudado.
«O artigo sugere que estamos a esconder esta pesquisa e que os resultados são surpreendentes, mas isso não é verdade», refere ainda. Pratiti Raychoudhury indica que o Facebook tem vindo a falar sobre os pontos fortes e fracos das redes sociais ao longo da última década e que é prática corrente desenvolver estudos internos que dêem pistas sobre como minimizar o lado mau das suas plataformas. «É por isso que o mais importante em relação a esta pesquisa é que a fizemos», conclui.
A reacção oficial do Facebook chega dias antes de Antigone Davis, global head of Safety do Facebook, ser chamado a apresentar-se perante o Senado norte-americano. O artigo publicado no The Wall Street Journal levou o governo a pedir esclarecimentos adicionais.