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Fabricantes europeus de bens de luxo admitem aumentar preços para responder às tarifas de Trump
Os fabricantes europeus de bens de luxo afirmam que podem recorrer ao poder de precificação – a capacidade que uma empresa tem de aumentar os preços sem perder clientes de forma significativa quando são suficientemente relevantes – para compensar o impacto de eventuais tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Apesar de admitirem esta possibilidade, os analistas alertam que algumas marcas podem ter pouca margem para aumentar mais os seus preços sem perderem clientes.
Marcas como LVMH, dona da Louis Vuitton, e Kering, grupo responsável pela Gucci, esperam um ano promissor no mercado americano, enquanto a procura chinesa se mantém enfraquecida. No entanto, a ofensiva comercial de Trump contra a União Europeia, motivada pelos superávits comerciais do bloco com os Estados Unidos, levanta preocupações sobre uma possível desaceleração da economia global.
Os executivos da Hermès e da Kering, que comercializam produtos de alto valor, como malas e sapatos de luxo, garantem que suas marcas têm força suficiente para absorver qualquer aumento nas tarifas. “Se as tarifas aumentarem, aumentaremos os nossos preços em função do aumento”, afirmou Axel Dumas, presidente executivo da Hermès, após a divulgação dos resultados da empresa na última sexta-feira.
François-Henri Pinault, CEO da Kering, subscreve a estratégia, indicando que as suas marcas – incluindo Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent – teriam de rever os preços caso as tarifas entrem em vigor.