Existe discriminação associada à menopausa? 65% das mulheres sente que sim

56% das mulheres com mais de 45 anos sente que existe discriminação associada à idade, no geral, e 65% associada especificamente à menopausa. Já oito em cada 10 mulheres (84%) considera que a sociedade subestima ou ignora os sintomas e os desafios associados à menopausa e 36% que as mulheres não se sentem apoiadas por familiares e amigos nesta fase, excepto se forem igualmente pessoas que também estejam na menopausa. Estes são dados de um estudo realizado em Portugal, a 500 mulheres a partir dos 45 anos, com o objectivo de identificar os tabus e preconceitos na menopausa, em que contextos, ou quais as suas preocupações com a sua chegada.

Ainda que apenas um terço (35%) das inquiridas confesse que já se sentiu discriminada em relação à idade, a maioria das entrevistadas (62%) já presenciou situações com outras pessoas na menopausa, principalmente em contexto social (48%), no local de trabalho (37%) e nas relações amorosas (35%).

Os resultados do estudo da Intimina (marca sueca com três linhas: Fortalecimento do Pavimento Pélvico, Higiene íntima e bem-estar para a menstruação) sobre tabus e preconceitos na menopausa, em contexto profissional, sexual e social foram apresentados num encontro, antecedendo o Dia Mundial da Menopausa que se assinala a 18 de Outubro. Neste encontro Ana Carvalheira, psicóloga especialista em sexualidade, Ana Miguel, fisioterapeuta especialista em pavimento pélvico, e Pilar Ruiz, responsável de Marketing e Comunicação da Intimina Ibéria, partilharam as suas expectativas quanto à mudança do estigma em relação à menopausa.

Do total das inquiridas, 34% já se encontra na menopausa e contam o que sentem no local de trabalho: 43% revela que já sentiu, ou sente, discriminação se estiver a experienciar alguns sintomas da menopausa; cerca de metade admite não se sentir à vontade em expor aos colegas ou chefia o que está a sentir; e 23% revela não sentir discriminação apenas porque se esforçam para disfarçar os sintomas e desconforto. Contudo, cerca de metade confirma que os sintomas da menopausa efectivamente prejudicam ou interferem com a sua capacidade profissional.

De maneira a apoiar, ou ajudar, a melhorar o ambiente de trabalho para pessoas com menopausa 58% das inquiridas sugerem maior compreensão emocional e tolerância, 42% melhorar as condições de espaço no local de trabalho / ver como opção o trabalho híbrido ou home-office, tal como maior flexibilização de horário de trabalho, e um terço considera benefícios de saúde, como apoio psicológico.

Segundo este estudo, 22% das inquiridas já ponderou, inclusive, alterar a sua situação profissional devido aos sintomas da menopausa, tais como pedir uma licença sem vencimento, trocar de profissão, pedir a reforma antecipada ou, até mesmo, a demissão.

As 64% de inquiridas que ainda não está na menopausa já se preocupa com eventuais sintomas na sua saúde (67%), na autoestima (46%) e na vida amorosa/sexual (46%). Entre eles preocupa-se principalmente com o aumento de peso (62%), as mudanças de humor (49%), os problemas com a sexualidade (46%), os problemas ósseos (45%) e com os afrontamentos (44%).

«É fundamental desmistificar e desfazer o sistema de crenças sociais negativas associadas à menopausa. É preciso libertar as pessoas das falsas ideias. A prova da existência desse sistema de crenças está clara neste estudo onde 87% das mulheres já se preocupa com os eventuais sintomas que possam ter. Isto mostra a antecipação que as mulheres já fazem», alerta Ana Carvalheira. A psicóloga acrescenta: «O discurso da menopausa como um conjunto de perdas que representa o fim, está ligado ao modelo reprodutivo do sexo, que marginaliza as sexualidades não reprodutivas. É o fim da capacidade reprodutiva. Não é o fim do prazer sexual. Isto tem de ser esclarecido para abandonar a narrativa de horror associada à menopausa. A menopausa pode ser vista como uma libertação e um conjunto de oportunidades, mas temos que nos livrar dum conjunto de falsas crenças e cada mulher precisa de se apropriar da sua sexualidade como algo que é seu por direito.»

Nas relações há mulheres que se sentem desconfortáveis em experienciar a menopausa com os/as seus/suas parceiros/as. Cerca de um terço refere a nível sexual, 25% pelos sintomas físicos e 22% pelos sintomas psicológicos. Apenas 5% considera vergonha de estar na menopausa.

«Na nossa sociedade a menopausa é vista como uma vilã, que estará à espera de todas as mulheres, em alguma altura das suas vidas. Mudar este mindset é essencial, para a menopausa ser sentida como um processo natural que vão experienciar. Quanto mais informação a mulher tiver sobre o tema, menor será o seu impacto negativo», acrescenta Ana Miguel.

O personal trainer do pavimento pélvico

No âmbito deste encontro, a Intimina apresentou o KegelSmart 2, um dispositivo inteligente para exercitar e fortalecer o pavimento pélvico, que agora se apresenta com bateria recarregável. “Através de uma tecnologia de sensor táctil, regista a força do pavimento pélvico e define automaticamente o nível de exercício que será guiado por suaves vibrações. Em resultado do enfraquecimento pélvico com o avançar da idade, permite recuperar o tónus vaginal, melhorar as sensações durante o sexo, prevenindo o prolapso e evitar as perdas da urina associadas ao enfraquecimento do pavimento pélvico”, descreve a Intimina em comunicado.

«A menopausa é uma fase natural da vida da mulher que se tornou invisível ou demonizada pelas alterações hormonais que ocorrem. Na Intimina consideramos fundamental abandonar os estigmas e preconceitos, proporcionando não só a visão de como as mulheres se sentem, mas também informações que permitam normalizar este período fisiológico», sublinha Pilar Ruiz.

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