Eupago: Democratizar os meios de pagamento
Fundada em 2014, a Eupago foi criada como spin-off de uma empresa de comércio electrónico que, sendo detentora de uma Gateway de Pagamentos, desenvolveu uma plataforma própria para os clientes. Enquanto instituição de pagamento (IP) portuguesa acreditada e supervisionada pelo Banco de Portugal, aquando da sua constituição por dois jovens empreendedores portugueses, a Eupago definiu como objectivo principal tornar acessível aos seus clientes a utilização dos mais sofisticados e modernos meios de pagamento.
De acordo com Sónia Moreira, directora de Marketing da empresa, «a nossa missão é democratizar a possibilidade de as empresas disponibilizarem os mais eficientes meios de pagamento aos seus clientes. Estes meios de pagamento são integrados, de forma natural e quase imperceptível, nos seus workflows online ou nas suas lojas físicas. Esta premissa permite que pequenas empresas, qualquer que seja a sua dimensão e os seus recursos financeiros internos, tenham acesso a funcionalidades de pagamento iguais àquelas que só estariam ao alcance de empresas de maior dimensão».
Na Gateway de Pagamentos Eupago estão disponíveis cobranças como as tradicionais referências Multibanco, MB Way, pagamentos online, cartões de crédito e de débito, soluções internacionais de pagamentos móveis, transferências bancárias, débitos directos e ainda os terminais de pagamento automático (smart POS). Nesta ferramenta existem soluções para diversos tipos de cobranças recorrentes, como é o caso de assinaturas, mensalidades de serviços e planos de pagamento fraccionados.
Sónia Moreira acrescenta que «operamos igualmente na Intermediação de Pagamentos de Crédito, possibilitando a realização de pagamentos fraccionados através de parceiros que são instituições de crédito autorizadas. Estas soluções são de dois tipos: “buy now pay later”, baseadas em plafonds existentes em cartões de crédito do comprador, ou de crédito pessoal no ponto de venda, com vista à venda dos bens ou serviços oferecidos pelos comerciantes. Por último, mas não menos importante, disponibilizamos os novos serviços de open banking».
Em resumo, mais do que uma Gateway de Pagamentos, a Eupago é uma solução pensada para fornecer aos comerciantes todos os serviços necessários com vista a proporcionar uma experiência ao cliente tão completa como possível. Sobre o impacto que a Eupago tem no mercado de pagamentos em Portugal, Sónia Moreira considera que se define pela sua «transparência de negócio e proximidade com os seus clientes. Estamos sempre disponíveis para percorrer a extra mile necessária para corresponder às necessidades de desenvolvimento tecnológico de nichos de mercado, customizando serviços e soluções à medida do negócio de cada cliente. Como temos por lema o foco no cliente, somos naturalmente muito responsivos na interacção com as necessidades dos nossos clientes, impactando localmente cada negócio».
No que diz respeito ao apoio ao cliente, a directora de Marketing da Eupago afirma que «esta é uma área nevrálgica » e que «crescemos e evoluímos com os nossos clientes e estamos permanentemente disponíveis para os auxiliar, motivo que nos levou a criar um departamento na empresa exclusivo para esse efeito».
O negócio da Eupago começou com pequenos comerciantes e foi ganhando dimensão e robustez. Actualmente, a empresa já está no mercado das grandes contas e com perspectivas de alargamento do negócio à Península Ibérica. Pelo meio tem encontrado diversos desafios: «Como qualquer startup no início de actividade, colocou-se a questão do financiamento, tanto mais que o nosso projecto foi sempre bootstrapped. Ultrapassadas as normais contingências do início de qualquer negócio, evoluímos e estamos actualmente numa fase de investimentos que nos abre muitas possibilidades, como a recente aquisição da Pagaqui», explica Sónia Moreira.
Numa fase de grande aumento da inovação nos serviços de pagamento, quer da componente regulatória, quer da proliferação de novos serviços de pagamento e de open banking, a Eupago «recorre à competência da sua estrutura para facilmente se colocar na vanguarda de novos serviços. Operamos numa área em que a inovação e o desenvolvimento são premissas permanentes e temos a nossa empresa formatada para antecipar tendências e responder rapidamente a qualquer novo desafio».
Por desenvolver a sua actividade maioritariamente num ambiente B2B, a comunicação da Eupago é fundamental para interagir com os seus actuais e potenciais clientes. Enquanto fintech, a empresa trabalha principalmente a comunicação digital, usando para o efeito diferentes ferramentas de marketing. «Temos, paralelamente, uma preocupação fundamental em toda a comunicação. Perante toda a cacofonia sobre novos serviços e requisitos regulatórios na nossa área de actuação, temos como missão transmitir mensagens complexas de forma clara, simples e inteligível no mercado», afirma a directora de Marketing da Eupago.
Outra preocupação da empresa relaciona-se com o capital humano, dado que «um mercado em constante evolução como o nosso necessita de profissionais atentos, responsáveis e competentes para respondermos com assertividade aos desafios do dia-a-dia. Por isso, privilegiamos a estabilidade e a manutenção do know-how interno, proporcionando aos nossos colaboradores a possibilidade de progressão de carreira».
Mas é no futuro que estão, provavelmente, os maiores desafios. A Eupago integra-se num mercado que se encontra em permanente evolução, e cria novos produtos e serviços com base numa procura constante por inovação. Por isso, a empresa está permanentemente a preparar novos desenvolvimentos tecnológicos que possam resultar em bons produtos para os clientes.
Sónia Moreira acredita que «o futuro passará pela integração de diversos meios de pagamento, que anteriormente estavam em ecossistemas tecnológicos distintos, num único ponto de acesso. Assim, creio que o futuro das IP passa por proporcionar aos comerciantes uma visão consolidada das suas vendas e recebimentos, que até agora estavam dispersos por diversos canais (físicos e online), num único ponto de interacção. Isto incorrerá na necessidade de as IP se mobilizarem para a concretização destes objectivos dentro das exigências regulatórias que passam, entre outras, pelo cumprimento das iniciativas da UE de acesso e partilha de dados financeiros dos consumidores (FIDA) e de resiliência informática (DORA), ao mesmo tempo que integram os novos serviços de pagamento que vão surgindo».
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Empresas 100% Portuguesas”, publicado na edição de Abril (n.º 333) da Marketeer.