Esta campanha quer mudar o ângulo das câmaras nos desportos femininos
O mundo desportivo no feminino continua a expandir-se, contudo, grande parte da cobertura mediática feita às atletas ainda objectifica os seus corpos. Como tal, uma nova campanha da marca de cosmética Lux pretende alertar para o verdadeiro foco que se deve dar: as conquistas desportivas.
“Change the Angle” é o resultado da parceria entre a insígnia da Unilever e a Wunderman Thompson Singapore. Ambas apoderaram-se da transmissão em directo de um jogo da equipa da associação Volleyball SA, da África do Sul, para mostrar ângulos de câmara potencialmente sexistas. A iniciativa é também apoiada por diversas atletas e comentadores desportivos.
Como parte da campanha, as jogadoras em campo adicionaram código QR aos seus equipamentos, nas mesmas áreas que os transmissores tendem a focar-se. Quando lidos, os códigos levam os utilizadores a um vídeo feito pela Lux, onde desportistas chamam a atenção para como as atletas são retratadas e apelam a que as câmaras filmem o que interessa, em vez dos seus atributos físicos.
«É 10 vezes mais provável que as mulheres no desporto sejam objectificadas pela câmara, que se focam em determinadas partes dos seus corpos, do que os seus pares masculinos. Quando descobrimos que isto também é um problema junto de atletas de alto nível, que já alcançaram grandes feitos, sabíamos que tínhamos de fazer alguma coisa», diz, citada pelo Branding in Asia, Severine Vauleon, global Brand vice president of Lux.
A escolha do voleibol de praia para esta campanha prende-se com o facto de ser uma modalidade jogada sob muito calor e onde as jogadoras envergam equipamentos reduzidos. Contudo, a Lux alerta que o problema se estende a muitas outras e até mesmo fora do desporto, já que o sexismo atinge todos os sectores da sociedade.
«Em última instância, o nosso objectivo é levar as pessoas a pensar como as atletas – e as mulheres no geral – são julgadas pela sua aparência em vez do seu desempenho. Queremos mostrar ao mundo que dar foco aos corpos das mulheres, e não às suas capacidades, é uma forma de sexismo que tem de ser desafiada», diz Marco Versolato, CCO da Wunderman Thompson Singapore.