Está a chegar o Natal? Está. E o que é que as marcas deviam fazer?

Por Pedro Miguel Garcia, head of Marketing na bet.pt

Todos os anos, a temporada de Natal parece chegar mais cedo do que a anterior. Pode ser esse o caso, ou apenas outra guerra cultural inventada nas nossas cabeças. Mas o que é certamente verdade é que quando o primeiro floco de neve cai numa campanha publicitária, ou ouvimos o primeiro “Pai Natal” num qualquer supermercado local, não é certamente na véspera de Natal, mas sim algumas semanas ou meses antes. E é nesse exacto momento que surge o velho debate entre amigos, familiares e estranhos no Twitter: quando deve começar oficialmente esta época festiva? Devemos seguir a regra dos 12 dias ou podemos começar a enfeitar a casa no segundo exacto após precisarmos de vestir um casaco quente?

Bem, honestamente, não tenho a resposta para esta pergunta, mas o que sei é que as marcas já começaram a apresentar as suas campanhas de Natal. Dia 9 de Novembro, a Coca-Cola apresentou ao mundo a sua campanha de Natal. E, surpresa, surpresa, o gigante de marketing conseguiu evitar o tema da pandemia.

Agora podemos perguntar: Foi uma boa ideia? É esse o caminho das marcas? Fugir ao grande hot topic de 2020? Ou será que as marcas deveriam abraçá-lo?

A verdade é que no meio de tudo o que vivemos este ano, mais do que cumprir o seu propósito de vender, aumentar quota de mercado, ou outro, as marcas têm uma obrigação moral de nos liderar. Liderar num caminho que nos afaste de todas as tristezas que 2020 nos trouxe. As marcas podem e devem ser os novos líderes, uma vez que numa era tão bipolarizada como a que vivemos, e entre todos os opostos se torna difícil termos referências que sejam próximas a todas as pessoas.

No Natal de 2020, pede-se às marcas que nos guiem. Que sejam os líderes que esperamos que sejam. Que nos transmitam um sinal de esperança e que, mais do que pensar no seu produto, pensem nas pessoas. Esta, como excepção, é a altura em que esperamos que as marcas tragam o melhor dos seus consumidores ao de cima. É isto que as marcas deveriam fazer este Natal.

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