Entretenimento ao vivo: a nova arma da Netflix para conquistar audiências
A Netflix, conhecida por transformar o mercado de entretenimento e do streaming, está a reforçar a sua estratégia com a inclusão de eventos ao vivo, como desportos e espetáculos, nos seus conteúdos, noticia o WARC. A mudança visa atrair grandes audiências e oferecer novas oportunidades publicitárias, mantendo a sua oferta tradicional.
A empresa já iniciou transmissões de impacto, como o combate Tyson-Paul ou jogos da Liga de Futebol Americano (NFL) no Natal, como é o caso do espetáculo que Beyoncé vai dar durante o intervalo do Christmas Gameday da NFL no dia 25 de dezembro, mas planeia investir cada vez mais nesta fórmula procurando grandes audiências.
Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, explica o porquê desta aposta: “Estes momentos são raros e muito, muito valiosos. É por isso que estamos a apostar neles. Não acho que uma temporada de ligas desportivas, deixando de lado os desafios económicos, transforme necessariamente todas as noites num evento. E, na verdade, quero focar a complexidade e a emoção dos eventos ao vivo em coisas que são verdadeiramente eventos.”
No próximo ano, a Netflix regressa com algumas das suas maiores produções (e sucessos), como é o caso da sequela de Squid Game e uma nova temporada de Emily in Paris, esperando aumentar ainda mais o engagement, mas é nos eventos ao vivo que realmente aposta.
O recente combate Tyson-Paul, independentemente das questões desportivas que possam surgir, foi um sucesso significativo. O evento atingiu um pico global de 70 milhões de espectadores simultâneos e, ao longo do evento, 108 milhões de visualizações únicas. Sarandos também celebrou a audiência “enorme”, acrescentando: “Teria de recuar aos anos 80 para encontrar uma audiência ao vivo tão grande que não fosse um Super Bowl.”
No âmbito da publicidade, a Netflix está a desenvolver a sua própria tecnologia, garantindo maior flexibilidade e inovação para os anunciantes. Com um crescimento significativo do seu plano com anúncios, a empresa espera alcançar a “massa crítica” de publicidade em 2025, ou seja, um número suficientemente grande de utilizadoresque torne a plataforma mais interessante e competitiva para os anunciantes e assim justifique o investimento das marcas na plataforma.
Essa conquista será possível caso consiga manter o crescimento trimestral de 35% no número de utilizadores ativos do plano com anúncios, indicou Ted Sarandos na conferência UBS Global Media and Communications, na semana passada.
A Netflix planeia assim capitalizar melhor esses eventos, assegurando um equilíbrio entre o engagement do público e a rentabilidade publicitária.