“Então, meu!”: nova campanha quer combater o sexismo e a misoginia com uma expressão

Dois em cada três homens sentem necessidade de intervir quando ouvem alguém utilizar linguagem sexista, revela uma análise da agência Ogilvy. Além disso, um em cada quatro homens londrinos, entre os 19 e os 34 anos, arrepende-se de não ter dito nada quando um amigo ou um familiar foi misógino. Contudo, muitos não sabem o que dizer nestas situações e, como tal, a nova campanha publicitária do mayor de Londres, Sadiq Khan, quer ajudar.

“Say maaate to a mate” dá o mote a esta aposta publicitária, que continua o legado de “#HaveAWord”, criada para endereçar comportamentos masculinos problemáticos. Com a mais recente campanha, pretende-se que os homens se sintam confiantes para chamar a atenção de outros, caso sejam misóginos, assediem ou intimidem mulheres.

«Temos aqui a palavra que podem usar», diz Sadiq Khan, citado pelo The Week. «’Maaate’ é uma intervenção simples e eficaz, que pode ajudar a parar comportamentos e linguagens problemáticas.» “Mate” é uma expressão em inglês que funciona como “meu” em português, como, por exemplo, “Então, meu!”.

Porém, a teoria desta campanha não satisfaz toda a gente, especialmente quem é alvo dos comportamentos referidos. A jornalista Melanie McDonagh afirma, num artigo assinado por si no The Evening Standard, que «o problema real para as mulheres em Londres é muito maior» do que aquele que a campanha deixa antever.

Partilhando da opinião, Fred Skulthorp do UnHerd, afirma que este trabalho deixa de parte o contexto em que as mulheres enfrentam as situações mais violentas e partilha estatísticas: 52% das mulheres mortas no Reino Unido em 2020 morreu às mãos do actual ou ex-parceiro.

Por outro lado, a activista Nimco Ali e antiga conselheira independente do Governo em matéria de violência contra mulheres afirma que esta aposta publicitária é bem-vinda. «Encorajar os homens a chamar a atenção aos seus amigos é algo que temos de fazer. Sei que há inúmeros espaços que são exclusivos de homens e rapazes. Se, nesses espaços, há neste momento conversas sobre comportamentos aceitáveis em relação a mulheres e raparigas, então é um passo em frente.»

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