Enquadramento: Os (melhores) amigos

Em 2017, ganharam um novo estatuto jurídico, que passou a reconhecê-los como seres dotados de sensibilidade, ganhando, igualmente, uma protecção legal mais alargada. Com este novo estatuto, passou a ser uma exigência legal o dever de assegurar o bem-estar do animal, sendo responsabilizado quem não o fizer. Essa protecção pode ser manifestada através dos cuidados de saúde primários assegurados, de uma alimentação de qualidade, dos cuidados de higiene garantidos e até da disponibilização de tempo exclusivo para os patudos.

Também no campo do registo foram criadas novas normas e, desde Outubro de 2019, os donos de cães, gatos ou furões passaram a ser obrigados a registar os animais no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), como forma também de combater o abandono animal. De acordo com esta organização, em Dezembro de 2022, existiam 3 043 436 de canídeos já registados, assim como 592 454 gatos e 2280 furões assinalados.

CÃES, GATOS E TARTARUGAS

Segundo um estudo da Deco Proteste, realizado em Agosto de 2022, com uma amostra de 950 donos de animais, cães e gatos lideram o top de animais de companhia em Portugal, logo seguidos de pássaros e tartarugas. Sete em cada dez inquiridos têm um cão (pelo menos) e metade tem um gato, representando estes animais um verdadeiro membro da família.

O bem-estar e a saúde destes animais contribuem para a qualidade de vida dos donos, que assumem que se sentem menos solitários quando partilham a vida com um ou mais patudos. Melhoram, também, o estado de espírito dos humanos e proporcionam a oportunidade de praticar actividade física. Naturalmente, este facto acontece com quem tem um cão, tendo 58% dos inquiridos confirmado isso mesmo. Com os gatos, apenas um terço faz esse esforço físico, pois não precisam de ser passeados.

Apesar do estatuto de “animal de companhia”, e de acordo com o mesmo estudo, três em cada dez participantes lamenta a falta de locais de férias que aceitem animais de estimação e muitos outros referiram, obviamente, os custos que acarreta ter um animal em casa. Os gastos com pets representam, em média, 12% do orçamento familiar dos portugueses, de acordo com uma das conclusões do estudo GfKTrack.2Pets. Já através do inquérito levado a cabo pela Deco Proteste, conclui-se que os custos para quem tem um cão ou um gato representam, ao longo do ano, em média, 1.021 euros por cada cão e 892 euros por cada gato.

Estes dados são indicativos de que ter um animal é uma responsabilidade e todas estas questões devem ser ponderadas antes de se adoptar ou adquirir um. Uma alimentação cuidada é vital para o bem-estar do animal, assim como as melhores condições de higiene ou o acompanhamento da sua saúde, de forma a melhorar a qualidade de vida deste e do próprio dono. Nesse sentido, as marcas estão atentas às novas necessidades, às tendências mais inovadoras e têm um objectivo: proporcionar as melhores condições a estes “membros” de uma família que se pretende feliz.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 319) da Marketeer.

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