Empresas portuguesas recorrem pouco a IA: Apenas 8% utilizaram soluções em 2023

Apenas 8% das empresas portuguesas usaram soluções de inteligência artificial (IA) em 2023, revela hoje o estudo realizado pela Implement Consulting Group, em parceria com a Google, sobre o seu impacto na economia em Portugal.

As pequenas e médias empresas (PME) “são mais lentas a adotar esta tecnologia quando comparadas com as grandes empresas”, lê-se num ‘post’ [publicação] feita hoje pelo ‘country manager’ da Google Portugal, Bernardo Correia, sobre “A oportunidade da IA: o caminho de Portugal para o crescimento económico”, onde fala sobre o estudo.

“Enquanto que 35% das grandes empresas portuguesas adotaram a IA no ano passado, apenas 7% das PME o fizeram no mesmo período. É por isso que o investimento em formação de novos profissionais é essencial para a adoção da IA no país”, prossegue o responsável.

Destacando que a Google tem “vindo a trabalhar com a IA há mais de 20 anos”, Bernardo Correia salienta que “o seu uso pelas empresas em Portugal ainda tem muito para crescer” e que no “estudo feito pela Implement Consulting Group em parceria com a Google, apenas 8% de todas as empresas no país usaram soluções em IA em 2023”.

De acordo com o relatório, “no seu ano de auge, em aproximadamente 10 anos, a IA generativa, por si só, poderia impulsionar o PIB [produto interno bruto] de Portugal continental em 18-22 mil milhões de euros, ou seja, +8% de contribuição anual para o PIB no ano de pico se Portugal conseguir uma adoção generalizada”.

Esse valor está alinhado com as estimativas referentes à União Europeia.

“Devido a algumas lacunas nos principais impulsionadores da adoção da IA, Portugal corre o risco de sofrer um atraso de cinco anos na adoção e no desenvolvimento da IA generativa”, alerta, já que “um tal atraso reduziria o potencial anual do PIB de 8% para 2%, ou seja, de 18 a 22 mil milhões de euros para três a cinco mil milhões”.

A IA generativa tem potencial para aumentar o valor acrescentado bruto (VAB) nos serviços empresariais com utilização intensiva de conhecimento em cerca de seis mil milhões de euros, lê-se no ‘post’.

Por exemplo, no setor do comércio, transportes e turismo, mesmo com um impacto percentual menor da IA generativa, “ainda apresenta um potencial económico significativo de cerca de cinco mil milhões de euros devido à sua grande dimensão” e no setor público estima-se uma “contribuição de cerca de quatro mil milhões de euros, através de instrução personalizada na educação, apoio ao diagnóstico e interações com doentes na área da saúde e tratamento automático de documentos e tomada de decisão preparatória na administração pública”.

Já na indústria transformadora e na construção, a IA tem o potencial para aumentar a produtividade em cerca de 2,5 mil milhões de euros, embora o impacto percentual seja avaliado como sendo menor do que noutros setores, e na agricultura, a otimização, por exemplo, das culturas “através da agricultura de precisão e do consumo de recursos, apoiando assim um potencial estimado de até 0,5 mil milhões de euros”.

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