Empresas juntam-se à campanha anti-fogos “Portugal Chama”
As empresas EDP, Altice, Galp, BP, Prio, Brisa, Ascendi, Jerónimo Martins, Sonae, Delta e CTT aceitaram o desafio do Ministério da Economia e associaram-se à campanha governamental “Portugal Chama”, lançada este ano para reduzir os comportamentos de risco que, na maioria das vezes, estão na origem dos incêndios florestais.
A campanha foi lançada no início do ano pela AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, mas ganha agora novo impulso com uma segunda vaga de comunicação que irá envolver todos estes parceiros, que irão veicular a mensagem nos seus próprios canais de comunicação e pontos de venda e contacto com o consumidor.
O objectivo desta parceria público-privada é o de fazer chegar a mensagem de sensibilização ao maior número de cidadãos possível. Isto porque, de acordo com Tiago Oliveira, presidente da AGIF, a maioria dos incêndios rurais tem origem em comportamentos de risco ou negligência que podem (e devem) ser evitados. «98% dos incêndios começa em actos humanos, muitas das vezes irreflectidos e baseados na experiência de quem fazia fogo para queimar mato e lixo ou para renovar pastagens. Mas a paisagem rural mudou muito nos últimos anos e este tipo de práticas hoje representa 60% dos fogos que temos de combater», alertou o responsável durante a apresentação da parceria, que decorreu esta manhã no Ministério da Economia, em Lisboa. «Isto significa que, na maioria dos casos, temos a oportunidade de mobilizar os portugueses a terem uma atitude diferente», acrescentou.
Uma mensagem secundada pelo ministro adjunto da Economia, Pedro Siza Vieira: «os incêndios ocorrem porque, no início, há uma ignição. E essa ignição tem origem humana. É importante que haja uma mudança de comportamentos, sobretudo nestas alturas de maior risco», lembrou.
De acordo com Pedro Siza Vieira, «esta campanha é uma peça importante» no combate aos incêndios, mas integra um «esforço maior» por parte do Executivo nos últimos dois anos – desde os incêndios em Pedrogão Grande –, em consonância com as recomendações da Comissão Técnica criada em 2017 pela Assembleia da República para avaliar as melhores medidas de combate e prevenção aos fogos. Desde então, garante o ministro adjunto, foram implementadas 58 medidas, com enfoque em áreas como a prevenção de fogos rurais, a qualificação dos agentes de combate, a limpeza dos terrenos, entre outras.
De acordo com a AGIF, em 2017 foram registados 20 mil fogos rurais (considerados ocorrências em mais de um hectare de área), mas no ano passado este número baixou para 13 mil. «Este ano estamos com cerca de 4000 ocorrência abaixo da média do ano passado», informou o presidente desta entidade.
Recorde aqui o filme lançado no início do ano pela AGIF:
Texto de Daniel Almeida