El Corte Inglés despede o director-geral, José María Folache
José María Folache, até agora diretor-geral do El Corte Inglés e responsável pela área comercial, foi demitido devido a divergências internas com o novo CEO do grupo, Gastón Bottazzini, nomeado em julho.
Folache assinou contrato em 2022 após a saída do até então número dois e CEO do grupo, Víctor del Pozo. Nessa altura, a empresa concordou com a nomeação de dois CEO.
Folache ficou responsável pela área de retalho e Santiago Bau, que é hoje também presidente da subsidiária Travel, assumiu o Corporate Business. Esta é a segunda vez que Folache deixa a empresa após a sua saída em 2012, após três anos como vice-diretor de compras.
O gestor, que em breve completará 65 anos, foi CEO do Carrefour Espanha de 2000 a 2004, vice-presidente mundial da empresa até 2009 e, mais tarde, para além de trabalhar no El Corte Inglés, foi também CEO de empresas como a Tous, Parfois ou Suárez.
Segundo a imprensa espanhola, a decisão foi comunicada pelo novo CEO, que foi quem tomou a decisão. Bottazzini, que reporta diretamente à comissão executiva delegada, presidida por Marta Álvarez e composta por José Ramón de Hoces e Javier Rodríguez-Arias, deverá apresentar um novo plano estratégico antes do final do ano, cujas linhas estão muito longe dos objetivos que Folache perseguia.
Inicialmente, a intenção inicial de Bottazzini era que o dirigente ficasse até ao próximo ano para finalizar a transição, mas devido à falta de harmonia e à batalha interna desencadeada, os acontecimentos foram precipitados.
O objetivo do novo CEO é agora estabelecer várias direções-gerais, cujos gestores, uma vez nomeados, terão de lhe reportar diretamente. Bottazzini contratou a McKinsey, a maior consultora global, onde trabalhou entre 1996 e 2008, para desenhar este novo plano estratégico, que decorrerá de 2025 a 2030.
Enquanto espera que o grupo apresente os resultados do primeiro semestre na próxima semana, no último ano o El Corte Inglés alcançou os melhores resultados ordinários desde 2009 – foram 359 milhões, mais 73,7% – com crescimento nas principais áreas de atividade.
O resultado líquido ascendeu a 480 milhões de euros, mas não é comparável ao de 2022 devido aos fortes resultados extraordinários registados então após a entrada da Mútua. No exercício findo em 29 de fevereiro de 2024, a empresa obteve um volume de receitas globais de 16.333 milhões de euros, o que representou um aumento de 5,4% face ao ano anterior.
A maior parte deste volume correspondeu precisamente à divisão de retalho, que Folache geria até agora, com 12.845 milhões de euros, mais 3,8% que 2022-2023.