Por um mundo renovado
O Grupo EDP tem duas grandes linhas orientadoras para a sustentabilidade: por um lado, promover a descarbonização da economia, através do investimento em energias renováveis e, por outro, promover o acesso à energia para todos. A aposta nas energias renováveis é, pois, uma prioridade estratégica e de negócio e o grupo já tem 74% da capacidade instalada em parques e centrais de energias limpas.
Os investimentos mais recentes do grupo têm sido feitos através da EDP Renováveis nas várias geografias em que o grupo se encontra. Em Portugal foi garantido, no ano passado, um financiamento de 60 milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para desenvolver o Windfloat Atlantic, o primeiro parque eólico flutuante a nível mundial em plataformas semi-submersíveis. O projecto está a ser levado a cabo pelo consórcio Windplus, que inclui a EDP Renováveis (54,4%), a Engie (25%), a Repsol (19,4%) e a Principle Power Inc. (1,2%). O parque terá três turbinas eólicas alicerçadas em estruturas flutuantes, que estão presas apenas por correntes ao leito do mar, a cerca de 100 metros de profundidade.
«O Windfloat Atlantic inclui tecnologia de ponta que minimiza o impacto ambiental e permite produzir energia eólica em alto mar em águas profundas, como é o caso da costa portuguesa. Esta tecnologia tem amplos benefícios que aumentam a sua acessibilidade e melhoram o custo-benefício, incluindo a possibilidade de a montagem ser feita em terra, numa doca seca, sem ser necessário recorrer a reboques especializados. Tem também o benefício de não depender das complexas operações que são necessárias para instalar estruturas tradicionais fixas ao fundo do mar, como nos parques eólicos offshore tradicionais», explica fonte oficial da EDP.
Já este ano, a EDP Renováveis entrou num consórcio para desenvolver um parque eólico flutuante na Coreia do Sul. Em conjunto com a Aker Solutions, uma empresa de engenharia e tecnologia com mais de 40 anos de experiência na realização de projectos em alto mar, a EDP Renováveis investiu na empresa de desenvolvimento Korea Floating Wind Power (KFWind) para o desenvolvimento deste parque eólico. As duas empresas juntam-se assim à WindPowerKorea, accionista fundadora da KFWind, e à Principle Power, que irá fornecer a sua tecnologia Windfloat.
O novo consórcio está empenhado em apoiar os ambiciosos planos de energia renovável do governo sul-coreano, que pretende instalar 13 GW de energia eólica em alto mar até 2030 e ter pelo menos 30% de produção renovável até 2040. A KFWind assinou um Memorando de Entendimento com a autarquia de Ulsan, em Janeiro de 2019, para cooperar no desenvolvimento de projectos eólicos flutuantes e apoiar o desenvolvimento industrial da região de Ulsan como centro de produção para o mercado eólico offshore da Coreia do Sul e de outros países.
Combate à pobreza energética
No campo da intervenção social, a estratégia do Grupo EDP obedece a quatro pilares fundamentais: promover o acesso à cultura e à arte e proteger o património cultural; incentivar a inclusão social e a adopção de modos de vida sustentáveis, valorizando a inclusão energética e o acesso à energia; proteger o património natural e a biodiversidade; investir em eficiência energética, descarbonização e energias limpas.
Nesse sentido, são várias as actividades desenvolvidas pelo grupo. Desde o ano passado, por exemplo, a EDP tem vindo a promover o fundo filantrópico A2E – Access to Energy para combater a pobreza energética, garantindo desta forma o financiamento de projectos de acesso à energia através de fontes renováveis, em regiões remotas ainda sem ligação a redes eléctricas.
Este ano, o grupo realizou a segunda edição do programa que, além da dotação de 500 mil euros, irá ainda abranger uma nova geografia, a Nigéria, que se junta assim aos países já incluídos na edição do ano passado (Quénia, Malawi, Moçambique e Tanzânia).
«A decisão de lançar a segunda edição deste fundo representa um reforço do compromisso da EDP com a sustentabilidade e com a necessidade de combater a pobreza e a exclusão eléctrica que ainda afecta a vida de milhões de pessoas, especialmente em comunidades rurais remotas e carenciadas de países em desenvolvimento», sublinha fonte oficial da energética.
Nesta nova edição do programa de financiamento, destinada a entidades com ou sem fins lucrativos, o fundo continuará a garantir apoios financeiros entre 25 mil e 100 mil euros a cada projecto. A fase de candidaturas terminou a 26 de Novembro, seguindo-se uma fase de avaliação e pré-selecção. Os projectos seleccionados serão conhecidos no início de 2020. Os promotores terão depois de executar os projectos seleccionados ao longo do ano.
A primeira edição do fundo A2E, realizada em 2018, recebeu 108 candidaturas e disponibilizou 450 mil euros para apoiar novos projectos em áreas e populações carenciadas.
Investimento social e cultural
Através das suas três fundações, em Portugal, Espanha e Brasil, e dos diferentes negócios em 16 países, o Grupo EDP investe anualmente cerca de 27 milhões de euros em programas orientados para as comunidades e acções de voluntariado. O objectivo inscrito na Estratégia de Sustentabilidade para 2020 prevê um total de 100 milhões de euros para investimento social.
Entre os projectos mais relevantes nestas áreas encontram-se o programa Solidária. Trata-se da maior linha privada de investimento social em Portugal, que tem por objectivo patrocinar projectos locais promovidos por organizações do terceiro sector que oferecem serviços de inclusão social e de acesso à saúde e bem-estar de pessoas desprotegidas, excluídas ou desinseridas das suas comunidades. Outro programa é o Escolas Solidárias, que promove o exercício da cidadania nas escolas do 2.º ciclo ao secundário, envolvendo alunos e professores de 514 escolas de todos os distritos. E também do programa Arte Pública que, em parceria com a EDP Distribuição, promove o acesso à arte e o desenvolvimento local de zonas com baixa densidade populacional. Esta iniciativa conta já com 80 intervenções artísticas em localidades do Algarve, Alentejo, Médio Tejo, Ribatejo e Trás-os-Montes.
Destaque também para o papel que o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, desempenha «através da programação que apresenta, diversificada e inclusiva, bem como do seu serviço educativo, que recebe milhares de alunos ao longo do ano, nomeadamente no âmbito do Circuito Central Eléctrica, que permite trabalhar conteúdos curriculares adaptados aos vários graus de ensino, desde o pré-primário ao universitário», acrescenta fonte oficial da EDP. Só em 2016, a criação do MAAT e os continuados apoios do grupo às artes plásticas, música e dança permitiram levar projectos artísticos a mais de um milhão de pessoas.
A par destas iniciativas, a Fundação EDP tem mantido, desde a sua criação, o apoio mecenático a um leque abrangente de instituições culturais portuguesas, como a Companhia Nacional de Bailado, Fundação de Serralves e Fundação Casa da Música, entre outros. Em alguns casos, a Fundação EDP é mecenas da programação anual dessas entidades; noutros, apoia projectos específicos. «Somos mecenas do Ciclo de Piano EDP da Casa da Música e mecenas exclusivo de uma grande exposição anual na Fundação de Serralves», enumera fonte oficial. «A par das entidades acima referidas, salientamos também a relação que temos com a Galeria Municipal do Porto, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, a Orquestra Sinfónica Juvenil e Trienal de Arquitectura de Lisboa», continua.
Apoiar Moçambique
No plano de apoios do grupo há ainda espaço para a realização de iniciativas pontuais que respondem a desafios com carácter de emergência social. No início do ano, por exemplo, e na sequência do ciclone Idai, que atingiu a região do Dondo em Moçambique, a EDP, o Grupo Águas de Portugal e a Lusíadas Saúde desafiaram os seus colaboradores a prepararem Mochilas Esperança, associando-se à iniciativa Apoiar Moçambique. Os trabalhadores das empresas envolvidas conseguiram recolher kits de bens essenciais (arroz, massa, feijão, atum, leite condensado, tacho, colher de pau, sabonetes e t-shirts) para cinco mil mochilas.
No fim deste ano, as empresas parceiras voltam a unir-se para promover uma nova iniciativa solidária com o intuito de apoiar as crianças da região afectada no arranque do novo ano lectivo, que se inicia em Fevereiro de 2020. Para compor as Mochilas Esperança, que serão entregues através da ONG portuguesa APOIAR – Associação Portuguesa de Apoio a África, vai ser recolhido material escolar e de higiene básica. A esta segunda fase do projecto juntou-se ainda a Junior Achievement Portugal (JAP) que reuniu, em diversas escolas portuguesas, mensagens inspiradoras que serão entregues juntamente com as Mochilas Esperança às crianças nas escolas de Moçambique.
«Este conjunto de bens, que representa um apoio ao regresso à normalidade, tem por objectivo reforçar a esperança na educação e no futuro das crianças moçambicanas», frisa fonte oficial da EDP.
Our Only Future
Já no âmbito da protecção e defesa do património natural e da biodiversidade, o Grupo EDP tem vindo a apoiar diversas iniciativas de conservação de espécies, de investigação aplicada e de recuperação de habitats, como os programas de reintrodução da Águia Pesqueira em Portugal, de protecção de águias nos Estados Unidos da América, de reintrodução de espécies piscícolas em rios e de plantio de espécies arbóreas em vastas áreas territoriais.
Este ano, a EDP respondeu ao desafio das Nações Unidas, tornando-se uma das 177 empresas globais que assumiram o compromisso de reduzir emissões para garantir que o aquecimento global não excede 1,5° C. O compromisso “Business Ambition for 1,5° C – Our Only Future”, formalizado em Setembro, em Nova Iorque, junta um grupo de companhias do qual também fazem parte a Vodafone, a Nestlé, a Unilever, a Telefónica, entre outras.
O desafio foi lançado em Junho pelas Nações Unidas através de uma carta aberta dirigida a líderes empresariais com um apelo: que definissem objectivos ambiciosos de redução de emissões para conter o aumento da temperatura do planeta em 1,5°, em linha com as recomendações do relatório de 2018 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O compromisso agora assumido passará por um conjunto de acções que serão validadas por uma organização independente, a Science-Based Targets initiative, e que visam contribuir para o controlo da temperatura global.