EDP: Transição energética a pensar no futuro

Entre as iniciativas prioritárias da EDP estão os investimentos em energias renováveis (como eólica e solar), a aposta em soluções inovadoras (como a hibridização de fontes de energia) e novas tecnologias (como o armazenamento de energia ou o hidrogénio verde), sem esquecer a electrificação de processos industriais e a promoção da eficiência energética.

A empresa está também empenhada na descarbonização da sua operação, em alinhamento com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e com os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris. A médio prazo, é esperada uma redução significativa das emissões de gases de efeito de estufa, enquanto, a longo prazo, a ambição é alcançar um portefólio completamente renovável e continuar a contribuir para um impacto positivo no combate às alterações climáticas.

Para medir o impacto ambiental das suas operações, a EDP utiliza métodos rigorosos e alinhados com os mais exigentes padrões. Isto envolve a monitorização contínua de indicadores críticos, como, por exemplo, a intensidade de emissões de CO2 por unidade de energia gerada, a percentagem de fontes renováveis no mix energético e o consumo de recursos naturais, como água e solo. Sistemas avançados de monitorização ambiental garantem ainda precisão na recolha de dados, permitindo à empresa cumprir regras ambientais, mas também superar padrões de sustentabilidade ao minimizar resíduos e proteger a biodiversidade nas suas áreas de operação.

Como parte do seu compromisso com a sustentabilidade e transparência no reporte da sua actividade, a EDP publicou, em 2023, o seu Plano de Transição Climática, já actualizado este ano com os progressos desenvolvidos ao longo do ano. Este plano foi construído com base no objectivo estratégico do grupo de atingir a meta net zero até 2040 e nos resultados do grupo de trabalho interno Net Zero Acceleration Taskforce, que realizou uma análise aprofundada dos desafios futuros, identificando as alavancas certas, enquanto envolvia a cadeia de fornecimento, parceiros e a comunidade global, para impulsionar uma transformação real e justa alinhada com as melhores práticas e standards. Este progresso não só é verificado todos os trimestres, como a EDP se compromete a rever o Plano de Transição Climática em cada ciclo do Plano de Negócios para garantir alinhamento estratégico.

RISCOS E ESTRATÉGIAS

Reconhecendo os desafios impostos pelas mudanças climáticas, a EDP tem adoptado uma abordagem proactiva para identificar e mitigar riscos climáticos. Análises detalhadas das condições climáticas ajudam a empresa a adaptar as suas infra-estruturas, tornando-as mais resilientes a eventos extremos, como tempestades e secas prolongadas. Além disso, a diversificação do portefólio energético, com foco em fontes renováveis, reduz a dependência de tecnologias vulneráveis às variações climáticas. Redes eléctricas inteligentes e a colaboração com governos e organizações locais são fundamentais nessa estratégia, assegurando uma resposta integrada e eficaz.

O próprio Plano de Transição Climática define claramente como a EDP orienta os seus activos, operações e modelos de negócio, numa trajectória alinhada com a ciência climática. Este plano foi extremamente bem recebido pelos investidores, tendo mesmo recebido uma votação expressiva acima de 90% na Assembleia Geral de Accionistas de 2023 em que foi apresentado, reconhecendo assim a consistência e credibilidade do caminho que a EDP está a seguir.

Para diminuir a pegada de carbono, a EDP tem promovido transformações significativas, tanto em estrutura como em tecnologia. A empresa dá prioridade ao desenvolvimento de projectos totalmente renováveis nos seus investimentos e a descontinuação gradual de activos baseados em combustíveis fósseis – o fecho da central a carvão em Portugal, na região de Sines, é um exemplo de como a empresa está a cumprir os seus compromissos de descarbonização. Sinal desse progresso são os resultados dos primeiros nove meses de 2024, em que a empresa reduziu as emissões de CO2 em 73% face ao ano anterior.

O uso de tecnologias digitais avançadas em redes eléctricas e o desenvolvimento de soluções inovadoras, tanto no armazenamento de energia, como no desenvolvimento de soluções de solar descentralizado para pequenos e grandes clientes, por exemplo, permitem também uma gestão mais eficiente da distribuição e do consumo, melhorando a eficiência energética em toda a cadeia de valor.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

A EDP tem apostado fortemente em inovação como um dos eixos para acelerar a tão urgente transição energética. Isto inclui o desenvolvimento de projectos pioneiros e sustentáveis em energias renováveis, como é o caso das centrais solares flutuantes, dos modelos de hibridização de energia ou das novas soluções de armazenamento avançado, entre muitos outros exemplos, que prometem revolucionar a forma como a energia renovável é produzida e gerida.

O ecossistema global de startups em que a empresa intervém, através da EDP Ventures, o braço de capital de risco do grupo, tem permitido descobrir, investir e desenvolver muitas soluções inovadoras em áreas estratégicas como energias renováveis, redes inteligentes, mobilidade eléctrica, ou mesmo hidrogénio verde.

Através desta aposta em startups que desenvolvem tecnologias disruptivas, a EDP tem a possibilidade de alavancar soluções que aceleram a descarbonização e promovem uma produção de energia mais limpa, sustentável e eficiente.

A EDP compromete-se a alcançar a meta net zero, envolvendo toda a cadeia de valor, até 2040, um marco ambicioso que orienta toda a sua estratégia. Para atingir este objectivo, a empresa ambiciona ter uma operação global 100% renovável – actualmente já tem 97% da sua produção de energia a partir de fontes renováveis –, eliminando gradualmente as emissões directas e indirectas. Além disso, está a canalizar esforços significativos para a descarbonização das operações indirectas, envolvendo parceiros, clientes e fornecedores no cumprimento de metas ambientais rigorosas.

Um dos grandes desafios implícitos na área de sustentabilidade consiste em conciliar crescimento económico com a redução da pegada ambiental. A transição para fontes renováveis exige investimentos iniciais elevados e períodos de retorno longos, além de uma coordenação estreita com reguladores e governos para garantir políticas climáticas consistentes, ambientes regulatórios estáveis e incentivos adequados.

Os desafios tecnológicos e operacionais são igualmente cruciais. A implementação de infra-estruturas de energias renováveis requer avanços tecnológicos constantes para aumentar a eficiência e reduzir custos, além de uma gestão eficaz das redes eléctricas, que precisam de se adaptar à intermitência de fontes como a solar e a eólica. A integração dessas fontes em grande escala, enquanto se mantém a segurança e a estabilidade do fornecimento, é um desafio técnico de longo prazo.

Adicionalmente, é fundamental promover uma cultura interna alinhada com a sustentabilidade, ao mesmo que se envolvem as comunidades e se assegura um crescimento inclusivo e socialmente responsável. Ao mesmo tempo, é essencial equilibrar as expectativas de investidores e consumidores, enquanto se lidera a descarbonização e se promove uma cultura empresarial sustentável.

No que diz respeito à comunicação para os consumidores, a EDP adopta diversas abordagens para aumentar a consciencialização sobre sustentabilidade. Através de campanhas educativas regulares, a empresa informa os consumidores sobre as melhores práticas de eficiência energética e incentiva a adesão a soluções de energia limpa. Além disso, oferece ferramentas digitais para que os clientes possam monitorizar e optimizar o seu consumo energético, contribuindo activamente para uma transição energética mais inclusiva.

ESTRATÉGIAS DE ESG

Os critérios ESG estão integrados na governança da EDP, orientando tanto as decisões estratégicas como o dia-a-dia da empresa e das suas equipas. A empresa adopta os mais exigentes critérios e recomendações internacionais, como os da Global Reporting Initiative (GRI) e da Task Force on Climate- -related Financial Disclosures (TCFD), para garantir a transparência e a padronização na comunicação das suas métricas. Os relatórios anuais detalham os progressos realizados, enquanto comités especializados monitorizam o cumprimento das metas ambientais, sociais e de governança, promovendo uma melhoria contínua.

A EDP promove um forte envolvimento das comunidades locais nos seus projectos de sustentabilidade, utilizando uma abordagem de colaboração e responsabilidade social. Através de programas de compensação ambiental, como a reflorestação de áreas próximas de projectos energéticos, a empresa trabalha directamente com as populações, gerando benefícios ambientais e criando oportunidades de desenvolvimento local.

Além disso, a EDP investe em vários programas de voluntariado corporativo, que mobilizam colaboradores da empresa para acções sociais e ambientais. Exemplo disso são as iniciativas de plantação de árvores, limpeza de praias e do oceano ou sensibilização ambiental em escolas, envolvendo não apenas os funcionários, mas também os membros das comunidades locais. A empresa também apoia iniciativas de desenvolvimento sustentável e acesso a energia em diferentes localidades, através da instalação de infra-estruturas de energias renováveis, promovendo assim a transição para fontes limpas de energia. Iniciativas como a instalação de painéis solares no bairro da Cova da Moura, em Lisboa, ao abrigo do programa Solar Solidário, são um exemplo do que a EDP tem feito para promover essa transição.

Essa proximidade fortalece a aceitação dos projectos e gera um efeito multiplicador, já que as comunidades, ao participarem activamente, tornam-se parceiras na promoção de práticas sustentáveis. O envolvimento contínuo reforça a confiança na EDP como uma empresa comprometida, não apenas com o progresso económico, mas também com o bem-estar ambiental e social das regiões onde actua.

O progresso da EDP em responsabilidade social e sustentabilidade é avaliado por meio de indicadores como a redução das emissões, a capacidade instalada em energias renováveis e os impactos sociais dos seus projectos. Esses resultados são comunicados de forma transparente por meio de relatórios públicos (como o seu Relatório de ESG ou o Plano de Transição Climática), eventos e plataformas digitais, permitindo que todos os stakeholders acompanhem o compromisso da empresa com os seus objectivos. Essas respostas oferecem uma visão abrangente da estratégia de sustentabilidade da EDP, destacando a sua ambição de liderar a transição energética global.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e responsabilidade social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 341) da Marketeer.

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