Economia da longevidade: Há muito espaço para crescer no mercado de bens e serviços para seniores em Portugal
Portugal enfrenta um desafio demográfico significativo: o envelhecimento acelerado da população. A baixa taxa de natalidade e o aumento da esperança de vida tem resultado num crescimento acentuado da percentagem de pessoas com mais de 65 anos.
Embora represente uma conquista em termos de saúde e longevidade, o fenómeno coloca pressões significativas sobre o sistema socioeconómico português.
Para responder aos desafios que se colocam, o Centro de Investigação Ageingnomics, da Fundação MAPFRE criou um índice que permite monitorizar e medir o grau de evolução e de desenvolvimento da economia da longevidade nos países europeus.
O Senior Economy Tracker foi criado em 2024 e utiliza dados abertos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e do Eurostat até 2020, oferecendo uma análise conjunta da economia da longevidade em Portugal.
Foi apresentado pela primeira vez em Portugal ontem ao final da tarde na Associação Portuguesa de Seguradores, em Lisboa.
As conclusões dos dados extraídos e tratados pelo Centro de Investigação Ageingnomics e pela Universidade Pontifícia Comillas colocam Portugal nas seguintes posições face aos 27 países analisados:
- 5º lugar – Pensões e proteção laboral (acima da média)
- 9º lugar – Mercado de trabalho sénior (acima da média)
- 10º lugar – Transição demográfica (acima da média)
- 10º lugar – Saúde e proteção social (acima da média)
- 14º lugar – Mercado de bens e serviços para seniores (abaixo da média)
- 16º lugar – Segurança financeira (abaixo da média)
- 22º lugar – Vida saudável e ativa (abaixo da média)
- 23º lugar – Participação na sociedade (abaixo da média)
Juan Palácios, diretor do Centro de Investigação Ageingnomics sublinha: “A Fundação MAPFRE reforça com este estudo o seu compromisso em colocar a longevidade no centro do debate público, fornecendo informações relevantes para orientar as ações de governos, empresas e indivíduos.”
Já Luis Anula, CEO da MAPFRE Portugal acrescenta que “este estudo evidencia que a sustentabilidade da Segurança Social é um dos principais desafios atuais: com menos contribuintes a financiar as pensões de um número crescente de reformados, reformas estruturais são urgentes para garantir a viabilidade do sistema a longo prazo. Ajustar a idade da reforma e incentivar planos de poupança reforma são algumas das medidas recomendadas.”