E se não for contratado por causa das redes sociais? Saiba o que deve (ou não) publicar
O que publica nas redes sociais este Verão pode influenciar o seu futuro trabalho. A afirmação é da consultora Robert Walters, especializada em recrutamento, segundo a qual há conteúdos e comportamentos que devem ser evitados.
Num mundo onde todos estão online, é difícil manter as redes sociais afastadas dos olhos dos recrutadores. Por isso mesmo, há que pensar numa estratégia de marketing pessoal que não coloque em risco futuras oportunidades de emprego.
Plataforma a plataforma, estas são as dicas da Robert Walters:
Os profissionais que trabalham em Marketing ou Comunicação são a excepção no Twitter, que para os restantes é geralmente considerado mais adequado para uso pessoal, indica a consultora. «Na procura de profissionais de Marketing e Comunicação Digital, consultores ou entrevistadores podem esperar uma presença activa no Twitter. Participar em discussões online relevantes para o sector é uma boa forma de demonstrar o seu conhecimento sobre as redes sociais e demonstrar as competências que podem ser aplicadas a uma posição de Marketing», diz François-Pierre Puech, director da Robert Walters Portugal.
Quando se trabalha num sector onde ter uma presença no Twitter pode ser importante quando se procura um emprego, é aconselhável esconder os seguidores e os aqueles que são seguidos através da criação de listas privadas. Isto permitirá que os entrevistadores vejam o feed do Twitter, mas não tenham acesso às contas a que estão ligados.
No caso de não trabalhar numa função de Marketing ou Comunicação Digital, a recomendação passa por aproveitar as definições de privacidade para esconder informações pessoais na plataforma, ou mesmo tweets. Mesmo que seja um perfil privado do Twitter, os consultores de pesquisa e recrutamento podem ver a biografia e, por isso, devem ser evitados conteúdos inadequados nesta secção.
A maioria dos especialistas em recrutamento e selecção (70%) acredita que o Instagram deve ser utilizado exclusivamente para interacção pessoal, não sendo uma ferramenta de networking profissional adequada.
«Tornar o seu perfil de Instagram inacessível a qualquer pessoa fora do seu círculo social é uma precaução razoável. Houve casos em que algumas pessoas perderam os seus empregos devido aos comentários que fizeram através do Instagram», acrescenta François-Pierre Puech.
Mantenha-se actualizado sobre as definições de privacidade do Instagram, remova o perfil das pesquisas do Google e certifique-se daquilo que os outros podem ver. Além disso, é importante que posts e stories sejam ocultados daqueles que não seguem a conta. No caso de manter um perfil público, tem de assumir que tudo o que for publicado este Verão pode ser visto por um potencial gestor de pesquisa e selecção agora ou no futuro e, como consequência, poderá ver o que aparece no feed.
O LinkedIn é a plataforma de networking profissional online mais utilizada no mundo, lembra a consultora. Tornou-se a rede social padrão para os profissionais e muitos consultores de recrutamento e selecção analisam o perfil do LinkedIn para obter informações sobre experiência profissional, recomendações, grupos seguidos, antes de decidir se convidam ou não um profissional para uma entrevista. É conveniente que o perfil do LinkedIn esteja completamente actualizado, incluindo informações sobre percurso académico e profissional.
É importante garantir também que o perfil destaca as principais responsabilidades profissionais e conquistas para atrair a atenção dos profissionais de Recursos Humanos. Além disso, talvez seja boa ideia usar o LinkedIn para discutir a inovação e as tendências do sector com outros profissionais.
Juntar grupos e estar activo, também no Verão, pode, ainda, ajudar a mostrar aos consultores que se está comprometido com o sector e as suas novidades. Receber recomendações de colegas ou chefes anteriores também é muito útil: isto pode ajudar os gestores a tomar uma decisão sobre convidar para uma entrevista, informando-os do que os outros entendem como pontos fortes.
«Sabemos que a maioria dos entrevistadores vê os perfis do LinkedIn de potenciais colaboradores como parte do processo de contratação. Use o seu LinkedIn para demonstrar a sua abordagem proactiva e dar-lhe uma vantagem sobre outros candidatos», conclui François-Pierre Puech.