E se levasse o almoço num lancheira de cortiça e ecológica?
Com o regresso progressivo ao escritório – a obrigatoriedade de teletrabalho termina a 14 de Junho –, regressam também as lancheiras utilizadas para transportar o almoço e/ou snacks sem comprometer a integridade dos alimentos. Mas e se essa lancheira pudesse ser amiga do ambiente?
Estudantes da Universidade Coimbra desenharam uma lancheira ecológica à base de cortiça e de um biopolímero (bioplástico), que promete ser uma opção mais verde. Chama-se The Cork Food Box e resulta de uma parceria com a Amorim Cork Composites, empresa do Grupo Amorim.
Segundo João d’Orey, professor responsável por lançar o desafio no início do ano passado, a ideia era que os alunos fossem capazes de criar «um modelo de negócio sustentável centrado na economia circular. Mais concretamente, que desenvolvessem um produto inovador que permitisse reduzir a utilização de plásticos, descartáveis e não descartáveis, e outros materiais de uso único, que fosse durável e que simultaneamente tivesse um impacto positivo ao longo do seu ciclo de vida».
Os estudantes Alexandre Jorge, Ana Silva, Cindi Costa, Francisco Brandão, Margarida Oliveira, Raquel Caracitas e Rodrigo Moreira responderam com uma lancheira de cortiça, material escolhido por ser 100% natural e endógeno. Além disso, «os compósitos de polímero de cortiça podem ser personalizados e moldados de acordo com as necessidades do cliente, são leves e de extraordinária resistência», acrescentam os alunos responsáveis pelo projecto.
Em comunicado, os estudantes adiantam ainda que foram buscar inspiração às práticas dos trabalhadores agrícolas do Alentejo, que levavam para o campo um recipiente de cortiça para alimentos, chamado tarro. A The Cork Food Box ambiciona ser uma evolução desta solução, com recipientes preparados para diferentes produtos, incluindo bebidas e café. Será, por isso, um «conceito polivalente que torna a lancheira adequada para o uso diário, serviços de take away e eventos».
A nova lancheira pretende diferenciar-se também por, no final do ciclo de vida, os recipientes poderem ser reutilizados como matéria-prima na produção de pavimento flutuante.
Para já, a The Cork Food Box ainda é um protótipo, uma vez que é preciso garantir que pode ser lavada na máquina de lavar loiça ou que pode ser usada no micro-ondas, por exemplo. Ainda assim, João d’Orey acredita que a lancheira poderá estar no circuito comercial dentro de um ano.
Para isso, vai ser criada uma startup na Universidade de Coimbra tendo em vista o estabelecimento de parcerias, nomeadamente a nível de produção e distribuição. Seguir-se-ão acordos com restaurantes e organizações de grandes eventos como, por exemplo, festivais e festas estudantis.