É possível poupar 50% por mês do que paga de seguros do crédito à habitação

O legislador e os reguladores devem olhar para uma renda excessiva, que continua a passar intocada, relacionada com os seguros do crédito à habitação. Quem o defende é a APROSE, Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, que no congresso que decorreu a 19 e 20 de Maio no Centro de Congressos do Estoril, entregou ao Governo e ao Regulador um documento nesse sentido.

Em comunicado, a APROSE informa que desenvolveu um estudo aprofundado aos valores dos prémios dos seguros celebrados aos balcões dos bancos e conclui que a poupança por contrato, se for celebrado em mercado livre, pode chegar aos cerca de 50% por mês.

A associação dá como exemplo uma família com dois co-proprietários, que tenha financiado um imóvel no valor de 241.500 euros, durante 30 anos, em que a poupança anual com a contratação do seguro fora do “pacote bancário” seria de 543,01 euros (ou seja, 45,25 euros por mês). Os casos analisados pela APROSE revelam poupanças agregadas que vão desde os 15 mil até aos 30 mil euros.

A associação explica que o que acontece é que a esmagadora maioria dos contratos de crédito à habitação obrigam à contratação de apólices de seguros de vida e de uma apólice multirriscos para o imóvel. “Os bancos apresentam as suas propostas de crédito, com duas fórmulas distintas: uma que refere um spread elevado e “irrealista” e outra em que o spread apresentado é mais baixo, caso o cliente associe ao contrato outros serviços e em que está incluída, também, a contratualização de serviços não bancários, como é o caso das apólices de seguros de vida e multirriscos. Os clientes acabam por optar por esta 2ª opção, de “pacote completo”, e ficam presos a ela até ao final do contrato, mas o que aparenta ser uma poupança relativamente a um spread, acaba por levar as famílias portuguesas a celebrar contratos de seguros por valores muito mais elevados do que se tivessem sido contratualizados em mercado aberto, livre e concorrencial”, explica a associação garantido que o estudo assim o comprova.

A APROSE procura ver aprovado um regime, ainda que de carácter temporário, que permita às famílias terem total liberdade de escolher as entidades com as quais pretendem contratualizar os seus seguros, sem ficarem prejudicadas no spread já contratualizado ou, nos novos contratos, ficarem livres destas “pressões” por parte da banca junto dos seus clientes, para optarem por “pacotes bancários”.

Artigos relacionados