É apaixonado por Itália? A Focacceria BM tem de passar a fazer parte do seu roteiro

Foi a Itália que o chef Bruno Marcelino foi beber inspiração e é de lá que chegam todos os produtos que estão nas focaccias da Focacceria BM. Depois de uma viagem ao país de onde partiu a romanização e de ter tido contacto com focaccerias, o chef português que, durante anos, esteve a trabalhar fora de Portugal, sentiu que era chegado o momento de regressar ao seu país natal e avançar com um negócio em nome próprio. Começava, assim, a desenhar-se na sua cabeça a Focacceria BM. Um nome que tem uma dupla leitura. Por um lado é é a sigla para Bread Maniacs, por outro são as iniciais de Bruno Marcelino.

O espaço – não muito grande – abriria a 29 de Dezembro entre o CCB e a Torre de Belém, em Lisboa. Uma localização que de acaso nada teve ou não estivesse o chef ciente da importância que os turistas poderão ter para o negócio. Aliás, a abertura nessa data tem permitido aos responsáveis da Focacceria BM afinar detalhes antes do recomeço da grande enchente de turistas que se prevê a partir da Páscoa, à semelhança do que tem sido hábito na cidade nos anos mais recentes.

Estivemos por lá a experimentar e podemos atestar que está tudo afinadíssimo. Aqui Bruno Marcelino é não apenas o dono do espaço, mas uma abelhinha que se desdobra entre o manuseamento das carnes e dos queijos, a recomendação a comensais mais indecisos e a explicação da origem de cada um dos ingredientes das focaccias. Vê-se que é um apaixonado pelo espaço que criou e pela oferta que trouxe à capital.

Por recomendação do chef lançámo-nos a uma Tábua Alucinada (Focaccia, prosciutto Parma, pancetta, speck, mortadela italiana, ventricina, spianata, coppa, taleggio, creme de gorgonzola e creme de parmigiano) que nos permitiu sentir com a devida atenção os sabores de cada um dos produtos que nos chegava à mesa. No final, apenas a tábua onde os produtos tinham sido magistralmente apresentados restava em cima da mesa. O chef conseguira a nossa atenção total e estávamos prontos para o segundo round com aquelas que, efectivamente, dão nome à casa: as focaccias. Uma vez mais, por sugestão do chef e por serem as mais pedidas, deixámo-nos levar: a Louca e a Doida. Na Louca – Pancetta, creme gorgonzola, cebola confitada e pistácio – sobressai (e bem!) a cebola confitada, ao passo que na Doida – peck, creme trufado, cogumelos, burrata e azeite de trufa – o domínio é da trufa que casa exemplarmente com a burrata. Além daquelas que provámos há na carta focaccias com nomes como Chalupa, Choné, Destrambelhada, Biruta, Lunática, Tresloucada, Tantã, Insana e Demente. Em termos de preços as focaccias estão entre os 8 e os 12 euros.

Seguimos fortes para as sobremesas, apesar de nessa altura ser apenas a gula que nos fazia avançar. E se o arroz doce, à primeira vista, nos pareceu líquido, rapidamente percebemos que era cremosidade aquilo que nos enganara. Recomendamos que, se for apreciador da sobremesa tipicamente portuguesa – como são todas neste espaço, tal como os vinhos -, não deixe de o provar ou partilhar (se se atrever!). Por sugestão do chef, provámos (e devorámos) também o cheesecake de requeijão e doce de abóbora e só nos ocorre dizer UAU! Entre a oferta há ainda a mousse de chocolate que o chef garante que “nunca falha”.

Antes de ir, contamos-lhe ainda que o pão das focaccias é feito numa padaria de Lisboa com a receita desenvolvida pelo chef Bruno Marcelino e cozido na Focacceria BM de maneira a estar sempre fresco. E sim, pode comprar para levar para casa, o mesmo acontecendo com todos os restantes produtos da carta.

Informação importante a reter: quando for à Focacceria BM faça-se acompanhar de pessoas com as quais não faça cerimónia. É que o mais provável é que acabe a sujar as mãos já que as focaccias são mesmo bem guarnecidas.

E para aqueles que andam sempre em busca de alternativas de restaurantes onde possam levar os seus patutos, temos boas notícias. Aqui os melhores amigos do homem são bem-vindos!

Onde fica a Focacceria BM?

Rua Bartolomeu Dias, 134A, 1400-031 Lisboa

Texto de Maria João Lima

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