Dona da Ikea investe mil milhões de euros em empresas de reciclagem
O grupo Ingka, braço de investimentos ao qual pertence a Ikea Portugal, anunciou que vai investir mil milhões de euros em empresas de reciclagem. O objetivo é melhorar a gestão dos resíduos criados quando móveis, roupas de cama ou colchões da IKEA são mandados fora e acabam incinerados ou em aterros sanitários.
A decisão de investir surge numa altura em que a União Europeia tem vindo a reforçar a legislação que cobra taxas a retalhistas por cada item têxtil ou de vestuário vendido de forma a arrecadar dinheiro para a triagem e reciclagem de quantidades cada vez maiores de têxteis descartados que sobrecarregam os serviços de gestão de resíduos.
Deste montante, a Ingka Investments destinou cerca de dois terços do dinheiro — 667 milhões de euros — para novos investimentos, ainda não anunciados, em empresas de reciclagem, com foco especial em têxteis. O restante será gasto em empresas nas quais a Ingka já investiu, incluindo a empresa de reciclagem de colchões RetourMatras e a recicladora de plásticos Morssinkhof Rymoplast.
A dona da Ikea procura ainda investir na reciclagem de madeira, um material essencial para os móveis da marca sueca.
“A elevada pegada de carbono para a maioria desses materiais, mais a escassez de capacidade para reciclagem, motivou-nos a investir”, disse Lukas Visser, diretor de investimentos da Ingka Investments, em entrevista. Visser reforçou ainda que a “economia circular está nos estágios iniciais”.
A Ingka tem como meta reciclar o máximo de colchões, plásticos e tecidos que a IKEA vender até 2030.