Do mindfulness aos set-jetters: 10 tendências que vão marcar o turismo e viagens em 2023

A Organização Mundial do Turismo (OMT) estima que, em 2022, o sector do turismo e viagens tenha recuperado 65% do volume de turistas pré-pandemia, à escala global. Em Portugal, as previsões apontam para que sejam, pelo menos, igualados os resultados de 2019 – o melhor ano de sempre do turismo nacional.

Já para 2023, espera-se que “o crescimento da actividade turística se mantenha, apesar dos desafios que se colocam ao sector: um ambiente económico instável, uma inflação elevada e sem fim à vista – que coloca em risco a sobrevivência de muitas famílias – e o aumento dos preços da energia, agravado pelo conflito Rússia/Ucrânia, são obstáculos que podem ter impacto no ritmo de recuperação do turismo”. Quem o diz é o IPDT – Turismo, especialista em consultoria em turismo.

Face a esses desafios, mas também às oportunidades que se apresentam ao sector, o IPDT reuniu um conjunto de 10 tendências que deverão impactar o turismo e as viagens este ano.

1. Regresso do mercado asiático

Depois de dois anos em que as viagens internacionais foram impactadas por diversas limitações e por medidas de contenção da pandemia de Covid-19 – que variaram de país para país –, 2023 deverá ser o ano em que se verifica a estabilidade e o tão esperado regresso ao normal para o mercado asiático. O retorno dos turistas asiáticos à Europa, provenientes sobretudo da China, mas também do Japão e da Coreia do Sul, “poderá ser fundamental para apoiar o crescimento turístico”.

2. Budget conscious trips

2023 será um ano marcado pela incerteza na economia global que irá impactar os orçamentos familiares. Não obstante, a European Travel Commission prevê um crescimento de cerca de 10% do turismo na Europa. “Assim, é expectável que os turistas continuem a viajar, mas que tenham em conta orçamentos mais conscientes, sejam mais criteriosos nas suas escolhas e optem por destinos e experiências nas quais reconheçam valor e qualidade”, explana o IPDT.

3. Adeus. Vou para a cidade.

Em 2023, a procura por destinos de natureza deve manter-se em alta, mas será expectável que também as cidades, sobretudo as capitais europeias, alcancem os registos pré-pandemia, graças ao restabelecimento das ligações aéreas e à elevada percepção de segurança sanitária. Nesse sentido, as actividades culturais e as visitas a monumentos e museus devem ser alvo de maior procura em relação aos anos anteriores.

4. Viajar com um propósito

Longe vão os tempos em que viajávamos, apenas, por lazer, negócios ou para visitar familiares e amigos. Hoje, há uma maior necessidade de que as viagens sejam responsáveis e contribuam para ajudar alguém ou para a melhoria das condições de vida de uma comunidade. “Não são viagens de voluntariado. As viagens com propósito podem acontecer em ambientes mais desenvolvidos, desde que a experiência turística do destino proporcione o sentimento de envolvimento e contributo para o desenvolvimento social, cultural e económico do território”, explica o IPDT.

5. Adeus, zona de conforto

De acordo com uma sondagem do Booking.com, 58% dos turistas querem sair da sua zona de conforto em 2023. Os turistas irão priorizar viagens longas e aventureiras, sendo que 40% dos inquiridos manifestaram o desejo de experienciar um verdadeiro choque cultural, em destinos menos turísticos e com uma cultura totalmente diferente.

6. O bleisure veio para ficar

Em 2023, é expectável uma retoma à normalidade das viagens de negócios, bem como o aumento dos turistas híbridos, que procuram experiências turísticas que consigam aliar à sua vida profissional. “A procura por um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal passou a ser uma prioridade em crescimento na sociedade, juntamente com uma maior consciência da importância da saúde física e mental”, salienta a organização especializada em consultoria em turismo.

7. Body, mind, soul mode: on

“Burnout” e “quiet quitting” foram dois termos que se tornaram globais e vieram aumentar o foco sobre o tema da saúde mental. Os momentos de pausa são hoje vistos como uma necessidade e as viagens surgem como “um dos antídotos para combater este estado de espírito”. Mais do que apenas viajar, o turista quererá fruir de experiências que o reequilibrem a nível mental e físico, seja através de retiros ou viagens de mindfulness e meditação.

8. Off-grid travel

Sentimos cada vez mais a necessidade de nos desligarmos do mundo e as viagens podem ser um escape nesse sentido. Em 2023, deverá aumentar a procura por destinos que ofereçam a hipótese da pessoa se desconectar da sua vida stressante e atarefada, e retirar a distração dos dispositivos móveis, possibilitando ao viajante uma reconexão com a natureza e consigo mesmo.

9. Abram alas para os set-jetters

Segundo um estudo do Expedia Group, o streaming de filmes e séries de televisão é hoje uma das principais inspirações na escolha de um destino, sendo que 44% dos inquiridos revelam que são influenciados pelos locais que vêm nas suas séries e filmes favoritos. Esses turistas são os set-jetters, termo usado para caraterizar os viajantes motivados a conhecer locais onde se realizam gravações de alguma produção audiovisual.

10. O video content como ferramenta de inspiração

As plataformas digitais, como o YouTube ou o TikTok, são uma ferramenta cada vez mais usada para promoção dos destinos turísticos. Os conteúdos audiovisuais disponíveis nestas plataformas facilmente cativam a atenção do utilizador e influenciam o processo de decisão de compra e deverão continuar a crescer em 2023.

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