Do “Americano” ao “Canadiano”: Cafetarias do Canadá servem orgulho nacional em chávenas de café

Numa exibição silenciosa, mas cafeinada, de orgulho nacional, as cafetarias canadianas estão a preparar mudanças renomeando o clássico “Americano” para “Canadiano”. Este movimento surgiu depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado planos para impor uma tarifa de importação de 25% sobre os produtos canadianos, uma decisão que deixou um sabor amargo entre muitos a norte da fronteira.

O movimento ganhou força graças à “Kicking Horse Coffee”, uma empresa sediada na Colúmbia Britânica que produz “Canadianos” há mais de 16 anos. Recentemente, a marca encorajou as cafetarias de todo o país a seguirem o exemplo, posicionando a renomeação como um aceno subtil, mas significativo, à resiliência canadiana. O seu apelo à ação ressoou, com lojas como o Café Belém, em Toronto, a abraçar a mudança. O proprietário William Oliveira explicou que, embora o seu negócio evite posições políticas, renomear o Americano pareceu uma forma apropriada de destacar a identidade canadiana.

Nem todos os proprietários de cafetarias veem a mudança como estritamente simbólica. Na Colúmbia Britânica, a proprietária do Palisades Café, Elizabeth Watson, descreveu a reformulação da marca como uma forma de promover o orgulho nacional e, ao mesmo tempo, incentivar o apoio aos produtos canadianos. Ela observou que pequenos gestos — como ajustar o nome de um item do menu — podem ter peso quando se trata de reforçar a identidade cultural.

A reformulação coincide também com outras disputas de nomenclatura, com Trump a redesignar oficialmente o Golfo do México como o “Golfo da América”.

Embora a tendência de renomeação tenha sido amplamente impulsionada por tensões políticas e económicas, também chama a atenção para uma variação de longa data do Americano. Ao contrário da sua congénere mais conhecida — o expresso diluído em água quente — o “Canadiano” é por vezes feito com uma mistura de expresso e café de filtro, criando um sabor mais forte e robusto. Esta distinção levou alguns amantes de café a defender que a reformulação da marca não é apenas patriótica — é um reconhecimento de uma abordagem canadiana já única da bebida.